Assim como na mídia ou entre a opinião pública, a arbitragem no esporte é um tema recorrente e polêmico. Mas na área de pesquisas, há poucos estudos que dedicam uma atenção especial aos juízes esportivos. Preenchendo esta lacuna está um estudo realizado na Espanha sobre o perfil de personalidade dos árbitros de basquete, em comparação à população geral. A questão principal é: em que se diferencia a personalidade de um árbitro com a de qualquer outra pessoa?
Para ter esta informação, os pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona realizaram um questionário, conhecido como NEO PI-R, a 368 árbitros masculinos, de diferentes categorias do basquete, para saber sobre alguns aspectos comuns de personalidade e compararam os valores com a média nacional.
Os resultados revelaram que os juízes demonstraram ter melhores pontuações em Neuroticismo que representa instabilidade e insegurança emocional. Os pesquisadores interpretam estas pontuações como indicadores de que os árbitros de basquete espanhóis têm uma “tendência a ser hostis, a experimentar afetos depressivos, a ser impulsivos e pouco tolerantes à frustração, estando escassamente capacitados para superar com êxito as situações de estresse ou de emergência. Quem possui estas características pode facilmente entrar em conflito com jogadores e treinadores quando mostrem desconformidade com as decisões”, aponta o estudo.
Em comparação à média da população geral, os árbitros demonstraram ter pontuações mais baixas em pontos como “abertura”, “amabilidade” e “responsabilidade”, indica a pesquisa. No total, foram encontradas diferenças relevantes em 22 das 30 facetas analisadas.
Os pesquisadores sugerem que o estudo pode ser incentivador para o psicólogo esportivo trabalhar algumas habilidades psicológicas entre os árbitros e ajudar a desenvolver melhor as competências nesta área.
Para os alunos da FUNIBER dos cursos de Esportes, o tema arbitral pode representar uma área ampla de estudos pouco explorados.
Fonte: http://fnbr.es/1fb
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