A formação médica deverá prestar mais atenção no desenvolvimento de habilidades de comunicação e empatia nos alunos de medicina para humanizar a relação entre o médico e o paciente
Existe uma necessidade mundial de humanizar a relação entre médico e paciente. É uma problemática que preocupa da América até a Europa. Por exemplo, o doutor peruano Elmer Huerta, Diretor de Prevenção do Instituto do Câncer da MedStar Washington Hospital Center, afirma que atualmente “para o médico moderno, em seu consultório não entra o Seu Pedro ou a Dona Maria, mas um câncer de pulmão ou uma diabetes”.
Da mesma forma, na Espanha, o Chefe do Serviço de Medicina Interna, chefe de Estudos e Presidente da Comissão da Docentes do Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón, Jesús Millán Núñez-Cortés garante que “o interesse pela saúde e pela cura parece que está mais relacionado em conhecer e promover do que provas precisas de qual é seu nome”.
Portanto, esta preocupação busca repensar como deveria ser melhorada esta relação. Nesse sentido, foram revistos os planos de estudo de atual formação dos médicos de hoje em dia e notou-se que nenhum curso contempla a comunicação com os pacientes. Os médicos estão muito bem formados com os aspectos técnicos, mas carecem de pautas de comunicação e empatia.
Habilidades na comunicação
Segundo o estudo da Agência pela Qualidade do Sistema Universitário da Rede de Hospitais da Catalunha (Espanha), “os estudantes de medicina obtêm o título com uma excelente formação técnica, mas faltam habilidades essenciais para a profissão como: a comunicação, a colaboração e os valores profissionais. ”
Na mesma linha, um trabalho realizado na Faculdade de Ciências Médicas de Matanzas (Cuba) fundamenta que existe a necessidade de uma adequada comunicação do médico e o paciente, centrada na função afetiva, para o alcance de uma assistência médica de qualidade.
Diante desta situação, seria importante saber como outros sistemas de saúde têm abordado esta situação.
Cleveland Clinic: experiência em formação integral
Por exemplo, nos Estados Unidos, há alguns anos, o centro Cleveland Clinic enfrentou o problema da comunicação entre o médico e o paciente e por meio de um plano com foco na cultura e na disciplina metodológica, mediante uma oficina de formação de um dia, foi possível melhorar a comunicação, com base em uma boa cultura organizacional.
Este programa de formação em comunicação nasceu com o objetivo de melhorar a experiência do paciente. Foi assim que uma organização “Patient-Centered” passou para uma organização “Relationship-Centered” ao perceber que para melhorar a atenção ao paciente e à sua experiência, antes o próprio profissional deveria atender melhor e adotar diretrizes e instrumentos para facilitar a sua prática diária na direção desejada.
Os alunos do Mestrado em Direção Estratégica de Organizações de Saúde, patrocinado pelo FUNIBER, possuem ferramentas técnicas e habilidades que lhes permite ter consciência desta e de outras realidades que surgem no sistema de saúde.
Fonte: Formar en la comunicación médico-paciente: ¿cómo y por qué?
Comunicación médico-paciente a través de los tiempos
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