Diversos enfoques de como se deve propor um espaço público têm em comum a elaboração participativa como uma metodologia em que são as pessoas que participam do projeto de suas cidades
Placemaking é o termo ao que a organização sem fins lucrativos Proyect for Public Spaces (PPS) faz referência para mencionar um enfoque multifacetado para o planejamento, projeto e gestão dos espaços públicos. Esta organização fundamenta sua proposta em que as pessoas que frequentam os espaços públicos sejam quem participe na criação ou remodelação de seus próprios entornos, sejam praças, parques, mercados, etc. Esta é a metodologia da elaboração participativa.
Neste contexto, o estudo Gehl enfoca seu trabalho nas pessoas e trabalha “fazendo cidades para as pessoas”, como seu lema afirma. Desde 2010, seus fundadores, o desenhista Jan Gehl e a arquiteta Helle Søholt, não só se dedicaram à pesquisa, como também compartilham sua experiência em ideias que apontam a centrar o projeto nas pessoas.
Seguindo esta mesma forma de pensamento, encontra-se Robert Steuteville, porta-voz do Congresso para o Novo Urbanismo, que lista no portal Plataforma Urbana as razões pelas quais é benéfico implementar a participação das pessoas no projeto de suas cidades:
1 – Acessibilidade
As comunidades precisam de lugares de reunião de fácil acesso em questões de transporte. Onde se possa chegar a pé, bicicleta ou transporte público e não unicamente em automóvel. Se a finalidade é reunir pessoas, estes espaços devem ser localizados em zonas transitáveis, caso contrário não cumprirão seu objetivo.
2 – Socialização
Os espaços públicos são os lugares por excelência para que as comunidades compartilhem. Entretanto, Steuteville expõe que para que isto seja possível é preciso “ativar” o lugar com quem vive e trabalha perto, algo que retoma o modelo de bairro.
3 – Vida saudável
Ter a oportunidade de viver em um local que seja transitável oferece diversos benefícios. Um deles é que os deslocamentos diários podem ser feitos a pé, em bicicleta ou em transporte público e não necessariamente em carros. Outro é que conta com espaços nos quais se pode realizar atividade física sem ter que inscrever-se em uma academia.
4 – Custo de vida
Robert Steuteville elaborou um Índice de Moradia e Transporte (M + T) no qual analisou os gastos nestas áreas realizados em cidades americanas. Nas 25 cidades com mais dispersão urbana, os gastos representam 49,9% dos ganhos médios, enquanto que nas 25 cidades medianas este número era de 40,4%.
Desta maneira, demonstra que os habitantes das cidades mais esparsas gastam mais em transporte.
5 – Meio ambiente
Quando as cidades têm setores com estações de transporte público que estão rodeadas por moradias, empregos e serviços, diz-se que têm um Desenvolvimento Orientado ao Transporte (DOT), as distâncias das viagens são menores, os usos do solo são mistos e os deslocamentos podem ser realizados em meios de transporte sustentáveis.
Os alunos do Mestrado em Arquitetura e Desenho da FUNIBER são motivados a pesquisar sobre a metodologia da elaboração participativa, como outras, que permitam que o desenvolvimento de centros urbanos adapte-se a seus habitantes.
Fonte de informação: 10 razones para diseñar las ciudades pensando en las comunidades
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