Os perigos dos deepfakes

Um comercial recente feito com Inteligência Artificial (IA) utilizou milhares de imagens de um cantor falecido, um método não isento de polêmicas, conhecido como deepfake.

Usando a técnica do deepfake, é possível editar vídeos falsos de pessoas com uma semelhança razoável com a realidade.

Recentemente, uma marca de cerveja espanhola “ressuscitou” a falecida cantora Lola Flores, editando milhares de imagens.  Esta tecnologia permite que pessoas já falecidas continuem participando de filmes ou comerciais. Entretanto, seu uso também pode contribuir para a desinformação.

Em um ano marcado por notícias falsas relacionadas à pandemia, comerciais como esse também poderiam ser parte do problema, dependendo de como a tecnologia é utilizada.

As eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro do ano passado, provocaram uma enxurrada de vídeos que circularam na Internet, nos quais os rostos dos candidatos foram sobrepostos aos de outras pessoas cujas declarações não correspondiam à realidade.

Precisamente para refrear possíveis vídeos falsos relacionados às votações, a empresa Microsoft criou um sistema para certificar a veracidade dos vídeos. Especificamente, usando a plataforma Video Authenticator, é possível detectar erros que seriam imperceptíveis ao olho humano.

Um dos usos mais perigosos e ilícitos dos deepfakes ocorreu há alguns anos, com o uso de imagens de celebridades em sites pornográficos. O gotejamento incessante de imagens pessoais nas redes sociais é um elemento perfeito para que qualquer pessoa seja vítima deste tipo de crime.

Para detectar este tipo de conteúdo falso, as pessoas precisam prestar atenção a certos detalhes que fazem a diferença entre fato e ficção. A Escola de Negócios de Inovação e Empreendedorismo (IEBS) oferece algumas dicas para atestar a veracidade das imagens:

  • O piscar da pessoa é um indicador para descobrir se estamos diante de uma deepfake. “O algoritmo dos deepfake não pode piscar à mesma velocidade que um humano”, diz a escola.
  • Nesta técnica, o rosto é geralmente o único elemento modificado, para que a postura ou o corpo da pessoa possa ajudar a detectar anomalias.
  • Os deepfakes são geralmente de curta duração.
  • É uma boa ideia procurar a pessoa que primeiro compartilhou o vídeo, para entender o contexto.
  • A má sincronização entre som e imagem é outro sinal de alerta.
  • Os detalhes são sempre importantes. “A Inteligência Artificial ainda está lutando para representar corretamente os dentes, a língua e a cavidade oral ao falar”, conclui o IEBS.

A FUNIBER patrocina uma grande variedade de programas universitários destinados a fornecer aos profissionais todas as informações necessárias para entender como funcionam as novas tecnologias. Um dos cursos oferecidos é o Mestrado em Direção Estratégica em Tecnologias da Informação.

Fontes: Deepfake: ¿amenaza para el orden mundial o el futuro del entretenimiento?

Microsoft ya detecta los deepfakes: así son sus armas contra la desinformación

¿Qué son los Deepfakes y cómo detectarlos?

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