Como será o futuro com a inteligência artificial?

No filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, a inteligência artificial representou uma ameaça aos seres humanos. A temática já não está somente em filmes de ficção científica. Pensadores e científicos de todo o mundo questionam os desafios que a sociedade terá que superar para conviver com o avanço da inteligência artificial.

Durante a Code Conference que aconteceu neste mês, nos Estados Unidos, o fundador da Microsoft, Bill Gates, comentou sobre uma das áreas que será fundamental no setor de TI: a inteligência artificial. Para ele, o avanço das máquinas inteligentes trará dois grandes problemas para a humanidade.

Apesar dos desafios sociais que a novidade poderá trazer, Bill Gates se mostrou animado: “o sonho, finalmente está se tornando realidade”, disse. O progresso na área de robôs indica que num futuro próximo teremos as tarefas mais cotidianas, como dirigir e limpar, realizadas por máquinas.

Mas essa revolução tecnológica vai exigir da sociedade uma mudança de comportamento que poderá indicar problemas. O primeiro se trata da ocupação de postos de trabalhos de diferentes áreas. Será necessário capacitar as pessoas para atuarem com máquinas, o que de certa maneira pode representar mais tempo livre para dedicar a outras tarefas.

O segundo problema está relacionado com o controle das máquinas. O próprio Gates tem planos de investir em ideias que possam resolver os riscos futuros da superinteligência, um tema ainda complicado. Quando Stanley Kubrick filmou “2001: Uma Odisseia no Espaço” talvez ele já intuía em 1968 que o desenvolvimento de robôs representasse uma ameaça à segurança. Longe de ser somente ficção científica. No final de 2014, o cientista Stephen Hawking alertou sobre as consequências potencialmente perigosas para a humanidade da inteligência artificial. A questão não parece simples.

A revista digital Edge publicou um debate com pensadores e científicos relevantes para saber o que opinavam sobre a evolução dos robôs. De acordo com Nick Bostrom, diretor do Instituto para o Futuro da Humanidade de Oxford, por enquanto há pouca informação sobre o tema e tudo são conjunturas. “O melhor que podemos fazer, na minha opinião é impulsionar e financiar este campo de pesquisa porque será muito importante contar com as mentes mais brilhantes, de tal maneira que estaremos preparados para afrontar este desafio a tempo”, afirmou.

Já o físico do Instituto Massachussets de Tecnologia (MIT, em inglês) e Prêmio Nobel, Frank Wilczek, tanto na inteligência natural como na artificial, o comportamento está motivado por incentivos, não por uma lógica abstrata. “Por isso, a inteligência artificial que eu considero mais alarmante é a sua aplicação militar: soldados robóticos, drones de todo o tipo e “sistemas”, alertou Frank.

Já o astrofísico do Centro Goddard da NASA, e também prêmio Nobel, John Mather, acredita que “estamos impulsionando a evolução de uma inteligência artificial poderosa, que estará ao serviço das forças habituais: os negócios, o entretenimento, a medicina, a segurança internacional, a guerra e a busca de poder a todos os níveis”, afirmou. Por outro lado, também se vê animado com o potencial para a ciência. “Tenho muito interesse pelas aplicações potenciais da inteligência artificial para a pesquisa. As vantagens para a exploração espacial são óbvias: seria muito mais fácil para estas máquinas pensantes colonizar Marte”.

Para os profissionais que se capacitam na área de TI com a FUNIBER, o debate é fundamental. Quais serão os efeitos do avanço tecnológico na área da inteligência artificial? Devemos comemorar o avanço prevendo uma adaptação à nova realidade? Devemos nos preocupar sobre uma ameaça à espécie humana? Os robôs provocariam mais desemprego ou ocasionaria novas oportunidades laborais?

Fontes: http://fnbr.es/30v, http://fnbr.es/30whttp://fnbr.es/30x

Foto: Adaptação de arte de Cryteria/ via Wikimedia Commons

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