Indústria de robôs avança na Ásia

O desenvolvimento da robótica promete mudar o cenário no ambiente laboral. Empresas asiáticas tomam a liderança.

Quem pensa que o robô é coisa do futuro está enganado. Já é o presente. Exemplos podem ser vistos a partir de amanhã, durante a feira Computex, que acontece em Taiwan. O presidente da companhia Asus, Jonney Shih, vai apresentar como novidade tecnológica o Zenbo, o robô doméstico para atender demandas da internet das coisas (IoT, sigla em inglês).

De acordo com uma apresentação prévia, o Zenbo demonstrou que pode cantar, contar histórias e controlar a casa (a luz, a temperatura, os horários, etc.), através das ordens do usuário. A companhia pretende possibilitar este tipo de robô nas casas, convidando desenvolvedores de todo o mundo para colaborar com a marca asiática no desenvolvimento deste novo dispositivo. A previsão é que o Zenbo custe em média US$599.

A invenção se integra a outras pesquisas na área de robótica que vêm sendo desenvolvidas principalmente no continente asiático. De acordo com Shen Li, da Bubble Lab, “a verdadeira revolução social já está chegando através da robótica”. A empresa desenvolveu um braço robótico capaz de preparar chá, café e combinados. “Não é um robô floreiro, mas um garçom totalmente funcional, que sabe onde está cada coisa, e pega o que é necessário a partir do que pede o cliente”, contou durante a Feira de Eletrônica de Consumo (CES) que aconteceu em Shangai este mês. O robô ainda detecta as sujeiras e deixa tudo limpo sobre a mesa.

Na China, o governo lançou no começo de maio um plano de ação para promover esta indústria que considera estratégica. O presidente chinês, Xi Jinping, anunciou desde uma fábrica de robôs no leste do país, um convite a todos para que participem da inovação. Desde o ano passado, algumas províncias já vêm oferecendo incentivos ao setor. Um plano já iniciado, no valor de €150 milhões, e previsto para finalizar em três anos, vai incentivar que quase 2 mil empresas adquirem robôs.

Haverá menos trabalho?

Um dos grandes debates que ocorre na sociedade em relação ao desenvolvimento da robótica, trata-se da preocupação sobre como os robôs poderiam acabar com o trabalho humano em muitos âmbitos produtivos. De acordo com o economista e matemático César Molinas, o emprego vai desaparecer. Para ele, o fator diferencial será a criatividade. “Todos os trabalhos que não requeiram criatividade vão desaparecer”, previu durante o evento Retinas.

Na China, com o aumento dos salários dos trabalhadores das fábricas (desde o ano 2000, o crescimento é de 12% anual), cada vez se vê mais empresas robotizando as cadeias de produção. Em 2013, a China se converteu no principal mercado mundial de robôs segundo a Federação Internacional de Robótica.

No outro lado do mundo, nos Estados Unidos, o ex-CEO da rede de lanchonete McDonald’s, Ed Rensi, afirmou que “é mais barato comprar um braço robótico de US$35 mil do que contratar um funcionário ineficiente por US$15/hora e que rouba batatas fritas”. A frase foi feita após uma medida a partir do sindicato de trabalhadores que exigia o aumento salarial dos empregados.

Será que a robótica roubará postos de trabalho, ou apenas será uma nova revolução que provocará novas configurações de como trabalhamos e novos postos de trabalho? Os estudantes da FUNIBER na área TI podem analisar o que há de tendência tecnológica para aplicar na profissão.

Fontes: http://fnbr.es/2×1, http://fnbr.es/2×2, http://fnbr.es/2×3, http://fnbr.es/2×4

Foto: Asus/Divulgação