Novos dispositivos cada vez mais adaptados ao corpo podem transformar o modo de produzir e de ler notícias.
Adaptar-se às novas tecnologias é uma necessidade em muitos setores, principalmente naqueles que trabalham com a informação. O jornalismo especificamente já passou por mudanças significativas, como a incorporação de sites, blogs, canais de vídeos e redes sociais à tradicional edição em papel de seus jornais. Houve casos inclusive da substituição completa do formato impresso pelo digital.
Tais transformações, no entanto, parecem ser apenas o início de um processo que tende a se acelerar nos próximos anos com a incorporação, na rotina do jornalismo, de dispositivos de comunicação cada vez menores, mais rápidos, práticos e adaptáveis ao corpo, baseados em uma tecnologia portável.
No encontro Global Editors Network, realizado em Barcelona em 2015, profissionais do setor indicaram que o Google glasses, relógios inteligentes, sensores, drones e dispositivos que trabalhem com a realidade virtual e a realidade aumentada são elementos que devem ser incorporados nas novas estratégias para o jornalismo do século XXI.
O setor educativo já começou a aportar nisso. A USC Annenberg School for Communication and Journalism (EUA), por exemplo, oferece um curso de Glass journalism, que explora a criação de aplicações e usos potenciais no jornalismo.
Outra tendência é o Glance journalism, que está baseado na formatação de notícias adaptadas aos relógios inteligentes. Devido ao reduzido tamanho dos dispositicos, os textos deverão conter manchetes brevíssimas e um layout multidispositivo. Os defensores do Glance journalism garantem que transmissão de notícias por meio dos relógios inteligentes possibilitará estabelecer uma nova maneira de interagir com os usuários por meio de conteúdo direto e personalizado, baseado na identificação de sua localização, de seu comportamento e registrando suas preferências.
No entanto a adaptação do jornalismo às novas tecnologias nem foi sempre tão fácil. De acordo com Robert Hernández, professor da USC, os meios de comunicação “podem abraçá-las [as novas tecnologias] ou repetir o que fizeram no passado, fingindo que nada estava acontecendo”. Para ele, não vale a pena ignorar esses avanços tecnológicos e defende que estamos em um bom momento para o jornalismo começar a trabalhar com as possibilidades das tecnologias portáveis.
Não há dúvida de que os novos dispostivos e as novas tecnologias transformarão a forma dos usuários acederem às informações. Os alunos da Área da Tecnologia e de Comunicação da FUNIBER têm a oportunidade de desenvolver habilidades e projetos comunicativos que incorporem de maneira inovadora as novas tecnologias e tendências do mercado.
Fonte: http://fnbr.es/1xb
Foto: Todos os direitos reservados iStock