Dinamismo tecnológico exige pessoas altamente capacitadas, opina o professor da FUNIBER Jorge Crespo

Jorge Crespo, com mais de 10 anos de experiência em docência e pesquisa, é professor das Áreas de Empresas, Turismo e Saúde da FUNIBER. Doutorou-se em Engenharia, em 2011.

Jorge considera-se um grande fã das tecnologias e dos computadores. Seu hobby o levou a especializar-se em modelagem e simulação computacional de fenômenos físicos e estocásticos, desenvolvendo modelos que foram aplicados em campos diversos como a dispersão de poluentes no ambiente, a modelagem estrutural, o comportamento de materiais, a simulação de evacuação e incêndios e, mais recentemente, a análise preditiva e a mineração de dados aplicadas a empresas, utilizando ferramentas de aprendizagem-máquina e inteligência artificial.

Conversamos com Jorge, que também é professor da Universidade Internacional Ibero-americana de Porto Rico (UNINI Porto Rico), e nos explica que, na velocidade com que o mundo se move hoje em dia, as pessoas e as empresas devem ser capazes de reagir e adaptar-se às circunstâncias tecnológicas.

“Estamos vivendo uma mudança de paradigma quanto à forma como gerimos e interpretamos a informação e os dados de que dispomos: até agora, era suficiente conhecer e descrever a partir dos dados obtidos; agora, é mais interessante realizar previsões sobre qual será o comportamento futuro”, afirma Jorge.

Toda empresa deve fazer uso da tecnologia, da informação, da Internet, etc., e isto deve ser refletido na maneira como nos comunicamos, como promovemos e vendemos os produtos, executando os processos de produção, administração e direção dentro da empresa.

Conforme indicado por Jorge, “a modelagem e a simulação computacional, em conjunto com a experimentação, a análise estatística e, mais recentemente, com as análises avançadas e as análises preditivas, constituem peças-chave para estar sempre a um passo à frente”.

Demanda por profissionais qualificados

Atualmente, a tendência indica um crescimento exponencial na necessidade de profissionais altamente qualificados nas áreas tecnológicas de gestão, comércio eletrônico, turismo, análise de dados, etc. Nos Estados Unidos, estima-se que serão necessários, para 2018, 1,8 milhões de analistas de dados; na Europa, está previsto um crescimento anual sustentado de 12% no volume de vendas eletrônicas, alcançando os 234 trilhões de euros, em 2018.

As previsões indicam que é necessário um novo perfil de profissional, “já não é suficiente ser um mero usuário das ferramentas de automação de escritório, sendo necessário um entendimento profundo da tecnologia implementada na empresa. Por outro lado, do ponto de vista do executivo, as novas ferramentas facilitam as tarefas de direção e auxiliam a tomada de decisões complexas em entornos de muita variabilidade”, afirma Jorge.

A formação continuada da FUNIBER, conforme explica Jorge, está focada no desenvolvimento destas competências profissionais. “Ela adquiriu um papel determinante, seja do ponto de vista da ampliação curricular, visando aumentar nossas possibilidades de êxito ao optar por um posto de trabalho, da melhoria de nossas capacidades como consultor ou da harmonização de nossa forma ou de nossos processos de direção com os desenvolvimentos mais recentes”, destaca.

Um campo a explorar

Para toda empresa, existe uma máxima: sempre será mais fácil fidelizar um cliente do que fazer um novo cliente. Entretanto, em muitas empresas, o trabalho de fidelização é realizado apenas de forma reativa, uma vez que o cliente tomou e manifestou a decisão de abandonar o serviço. Isto gera resultados contraproducentes, já que afeta a imagem da marca, gerando descontentamento entre usuários e recomendação negativa de produtos ou serviços.

“Atualmente, estão sendo realizados inúmeros estudos para que a empresa possa se antecipar a esta situação, desenvolvendo análises de previsão de abandono (churn analysis) e análise de sentimentos (sentiment analysis), entre outras, para avaliar os clientes e elaborar planos personalizados de fidelização”, afirma Jorge.

Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito neste sentido, comenta Jorge, por isso temos de continuar investigando e compreendendo a natureza dos clientes. O tema é uma porta aberta para toda uma nova geração de futuros pesquisadores e profissionais.

A propósito, como se vislumbram estas mudanças e tendências em seu entorno? Estamos dando um salto em direção ao futuro ou continuamos apegados ao passado?

Nota: o professor Jorge Crespo participa da rede universitária com a qual colabora FUNIBER.