A obesidade é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, porém, apesar da sua prevalência, ainda é cercada por um estigma significativo na nossa sociedade. Muitas vezes, as pessoas que lutam contra a obesidade enfrentam discriminação e julgamento, o que, por sua vez, pode impedi-las de procurar e receber o apoio e o tratamento de que necessitam.
Especialistas em saúde alertam para os perigos de alimentar o estigma da obesidade.
O problema muitas vezes reside na forma como a nossa sociedade tem frequentemente uma imagem simplista e pouco clara da obesidade. Dietas e estilos de vida saudáveis são cruciais, não há dúvida, mas os factores que levam à obesidade podem ser diversos e complexos e incluem factores ambientais, genéticos e socioeconómicos.
No Dia Mundial da Obesidade, comemorado hoje, 4 de março, apelamos a um diálogo mais inclusivo e compreensivo sobre a obesidade. Desafiar os estigmas negativos não só leva a um maior apoio e compreensão, mas também pode promover mudanças mais eficazes nas políticas sociais e de saúde. As conversas sobre obesidade não devem ser repletas de julgamento, mas sim de empatia e respeito.
Um estudo relevante a este respeito foi publicado na Obesity Reviews da World Obesity Federation, que se centra nas noções erradas e nos estereótipos associados ao excesso de peso e à obesidade. Deixamos aqui os principais pontos do artigo:
O estigma do peso é identificado como um importante determinante social da saúde que constitui uma barreira à igualdade na saúde e conduz a desvantagens sistémicas, desigualdades, inúmeras consequências adversas para a saúde e discriminação, tornando-o uma questão de direitos humanos.
As narrativas que se concentram apenas no consumo alimentar individual e na actividade física contribuem para o estigma do peso, ignorando os factores subjacentes à obesidade e a falta de formação específica sobre obesidade e estigma do peso entre os profissionais de saúde.
A influência do estigma do peso foi destacada em todas as fases da vida, com experiências de estigmatização baseada no peso associadas a complicações perinatais, distúrbios alimentares, problemas de saúde mental e discriminação na idade adulta.
A linguagem e as imagens utilizadas para comunicar sobre peso e obesidade desempenham um papel importante na formação de normas e narrativas sociais.
O grupo de trabalho propôs nove recomendações para reduzir globalmente o estigma do peso, incluindo a distinção entre tamanho corporal e obesidade, utilizando uma linguagem centrada na pessoa e promovendo abordagens baseadas nos direitos humanos.
A Federação Mundial da Obesidade afirma que abordar o estigma do peso é essencial para promover uma sociedade mais equitativa e inclusiva.
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Fontes: The impact of weight bias globally: how to shift the stigma