FDA muda formato de etiquetas para destacar conteúdo de calorias e açúcar nos alimentos

A obesidade continua aumentando rapidamente em todo o mundo, mas para conseguir que as pessoas controlem seu peso é preciso dar maior visibilidade às calorias e ao açúcar que as pessoas consomem. Para que as pessoas tomem melhores decisões em relação ao que consomem, a Administração de Drogas e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) propôs a atualização das etiquetas de “dados nutricionais” de produtos alimentícios. As novas etiquetas destacariam o conteúdo calórico dos alimentos e chamariam a atenção sobre a “adição de açúcares”. As mudanças propostas permitiriam selecionar melhor os alimentos para evitar doenças crônicas como a obesidade, a diabetes e os problemas cardíacos.

Michael Taylor, do departamento de alimentos e medicina veterinária da FDA, garantiu que “o objetivo desta medida é oferecer aos consumidores as condições para que escolham dietas saudáveis de acordo com os Parâmetros Dietéticos dos Americanos”. Por esta razão, é preciso que o conteúdo das etiquetas seja atualizado de acordo os últimos dados que vinculam os elementos da dieta com a prevalência de certas doenças crônicas como a diabetes ou a obesidade.

As novas etiquetas mostrariam com maior destaque o conteúdo calórico e as quantidades para que as pessoas possam prevenir a obesidade. Taylor ressaltou que “a quantidade e a forma com que as pessoas comem e bebem mudou desde que foram padronizados os tamanhos das porções pela primeira vez em 1994, por esse motivo é necessário mostrar informações completas sobre as calorias e outros detalhes nutricionais.

As novas etiquetas mostrarão a quantidade da “adição de açúcares” em um produto, e esta medida foi tomada para ajudar as pessoas a diferenciar entre os açúcares naturais que se encontram, por exemplo, nas frutas ou no leite presentes em um produto e os açúcares adicionados de forma arbitrária. De acordo com os Parâmetros Dietéticos dos Americanos de 2010, os norte-americanos deviam reduzir seu consumo de açúcar.

Os dados de gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans permaneceriam nas etiquetas, e seriam retirados os dados de “calorias da gordura”, já que agora se sabe que o tipo de gordura é mais importante do que a sua quantidade. Os “valores diários” de nutrientes como sal, fibras alimentares e vitamina D seriam revisados, pois estes valores são utilizados para obter informação nutricional dentro do contexto de uma dieta diária total.

Para poder considerar estes novos indicadores, foram considerados diversos estudos que identificaram como os nutrientes específicos afetam a nossa saúde.

Chris Ochner, professor assistente de pediatria do Hospital Mount Sinai, na cidade de Nova Iorque, informou que as mudanças estabelecidas para o tamanho das porções e das calorias são mudanças muito necessárias: “Sem dúvida alguma, a quantidade de calorias é a informação mais importante que um indivíduo pode observar quando se trata da dieta”, ressaltou o especialista.

Os fabricantes podem mencionar dados de nutrição que correspondem aos tamanhos de porção que são muito menores do que a quantidade que as pessoas usualmente consomem: “por exemplo, uma garrafa de refrigerante de 20 onças (590 mililitros) contém 2,5 porções, embora geralmente os indivíduos tomem uma inteira por vez. Até agora, a informação nutricional servia para menos da metade do que consomem diariamente”, indicou Ochner.

Outra grande mudança nas etiquetas seria a consideração da “adição de açúcar”, porque ajudaria as pessoas a perceberem a quantidade de açúcar que consomem, por exemplo, em uma lata de refrigerante de 12 onças, que contém a adição de 8 colheres de açúcar, quando a recomendação máxima por dia para mulheres é de 6 colheres.

A FDA submeteu a proposta à opinião pública e aceitará observações durante 90 dias. Não se indicou a data em que entraria em vigor a nova lei de etiquetagem.

Fonte:  http://fnbr.es/nq

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