Muitas pessoas apresentam a síndrome alimentar noturna, mas não sabem que sofrem esse problema, que atrapalha o sono e está associado à obesidade, segundo especialistas. Considerada um transtorno de comportamento alimentar, a doença é caracterizada pela ingestão inadequada de alimentos no período da noite, e pode ocorrer quando o indivíduo acorda ao longo da madrugada para comer, principalmente alimentos muito calóricos.
Realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a pesquisa “Comportamentos alimentares noturnos inadequados: caracterização clínica e polissonográfica” analisou pessoas com sintoma sugestivo de comportamento alimentar noturno inadequado. E indicou que o transtorno afeta mais as mulheres (79% dos casos), e está associado com o excesso de peso – 79% dos pacientes apresentavam sobrepeso ou obesidade. Além disso, a maioria tinha problemas de sono, ou qualidade ruim de sono, e outros distúrbios psiquiátricos, principalmente transtornos de humor e de ansiedade.
De acordo com a psicóloga Denise Marcon, a síndrome alimentar noturna é um distúrbio alimentar que pode trazer sérios danos para a vida diária das pessoas. “O sono é um fator que irá afetar aspectos importantes como a qualidade de vida, produtividade no trabalho e até a vida social da pessoa que perde horas de sono todas as noites em busca de comida ou bebida”, explica.
Por isso, a especialista destaca a importância de que grande parte da ingestão alimentar ocorra no período entre 10h e 19h, com uma distribuição adequada durante o dia, e que essas pessoas adotem uma alimentação balanceada, com poucas gorduras e mais frutas, hortaliças e grãos integrais. Além disso, em caso de problemas, é importante que a pessoa procure auxílio de um médico.