A meditação é uma prática que está conseguindo muita aceitação durante os últimos anos. Esta prática milenar conta com mais de 2500 anos de antiguidade e seus benefícios hoje são corroborados pela ciência. De acordo com um estudo desenvolvido pela Universidade do Oregon (UO) e pela Universidade de Tecnologia de Dalian (UTD), depois de onze horas de treinamento em meditação para educar o corpo e a mente, é possível melhorar a conectividade cerebral.
A técnica conhecida como Integrative Body-Mind Training ou Treinamento Integrador de Corpo e Mente (IBMT) foi submetida a prova por uma equipe da universidade chinesa, em colaboração com Michael Posner, psicólogo da UO. Esta nova pesquisa foi publicada em 16 de agosto na revista Procedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O experimento envolveu 45 estudantes da UO (28 homens e 17 mulheres), 22 dos quais receberam treinamento IBMT e outros 23, que receberam treinamentos em técnicas convencionais.
Durante a etapa de treinamento, os estudantes foram submetidos a exames no centro de Neuroimagens da Universidade, os resultados destes estudos foram publicados na revista em 31 de agosto na PNAS. Foi utilizada um tipo de ressonância magnética conhecida como tensor de difusão, que permitiu aos pesquisadores observar as fibras que conectam as distintas partes do cérebro antes e depois do treinamento.
Somente 11 horas
De acordo com o documento proporcionado pela Universidade do Oregon, “as mudanças foram observadas apenas no grupo que praticava meditação e não no grupo de controle”, além disso, os pesquisadores precisaram que: “as mudanças na conectividade começaram depois de 6 horas de treinamento e os efeitos se tornaram muito mais claros depois das 11 horas”.
Posner, recentemente premiado com a Medalha Nacional de Ciências, indica que “a importância de nossos descobrimentos está relacionado com a habilidade de fazer mudanças estruturais na rede cerebral relacionada à autoregulação”, De acordo com o especialista, com a técnica de meditação IBMT se consegue uma maior mudança na habilidade das pessoas para controlar os conflitos.
Os estudantes foram orientados por um treinador especializados e receberam meditações gravadas em um CD. Uma semana antes de começar o experimento, os participantes foram submetidos a treinamentos de atenção, mudanças de ânimo, aritmética mental (como forma de gerar estresse), tomando em conta os níveis de cortisol e imunoglobulina A.
Depois do treinamento, o grupo que recebeu IBMT demonstrou ter níveis significativamente mais baixos de ansiedade, depressão, irritação e fadiga, assim como uma maior eficiência na atenção, em comparação com o grupo de controle
Estudo da Universidade do Oregon – http://uonews.uoregon.edu/archive/news-release/2010/8/chinese-meditation-ibmt-found-boost-brain-connectivity
Universidade de Tecnologia de Dalian – www.dlut.edu.cn/en