Não é segredo que a mudança do tempo continua piorando, trazendo consigo padrões climáticos mais extremos. Esses eventos costumam ser devastadores para a terra, para a infraestrutura e para as pessoas na área afetada.
Isto torna-se, naturalmente, um problema quando as pessoas são deslocadas das suas casas sem ter para onde ir e sem qualquer apoio, tornando-se refugiados climáticos. Infelizmente, esta é uma realidade que enfrentamos hoje à medida que as alterações climáticas se agravam.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, uma média anual de 21,5 milhões de pessoas são obrigadas a abandonar as suas casas devido a um fenômeno climático extremo. Prevê-se que este número aumente nos próximos anos, com uma previsão de 1200 milhões de pessoas deslocadas em 2050.
Quem são os refugiados climáticos?
Segundo Amar Rahman, Líder Global dos Serviços de Resiliência às Mudanças Climáticas do Zurich Insurance Group, os refugiados ou migrantes climáticos são definidos como qualquer pessoa que tenha sido afetada por uma perturbação em sua sociedade que, de alguma forma, pode estar direta ou indiretamente relacionada a uma alteração a curto ou longo prazo no ambiente. Esta definição reconhece a vasta gama de situações que pode causar um deslocamento. Além disso, tem em conta que nem todos os fenômenos climáticos são repentinos e inesperados. Pelo contrário, alguns desenvolvem-se ao longo do tempo e outros são uma mudança sútil que conduz a uma maior emergência.
Um exemplo é o lento aumento das temperaturas. Inclusive uma pequena mudança na temperatura pode causar uma menor qualidade da água, secas, aumentar a propagação de doenças, perda de colheitas e muito mais. Todos estes acontecimentos ameaçam a sobrevivência dos moradores. Aqueles que são afetados por estes fenômenos mais lentos são também considerados refugiados climáticos.
E, claro, quando se pensa em catástrofe natural, pensa-se em explosões meteorológicas extremas que destroem tudo à sua passagem, como um furacão. Estes são também agravados pelas alterações climáticas e são prejudiciais para as infraestruturas.
Como os conflitos agravam a crise climática
A Síria é um exemplo de como as alterações climáticas podem causar conflitos políticos que, por sua vez, podem agravar ainda mais os problemas ambientais. A desertificação de terras agrícolas antes férteis provocou a queda acentuada do rendimento das colheitas e a morte do gado, o que levou os trabalhadores agrícolas a mudarem-se para a cidade em busca de trabalho. Os que ficavam na pobreza eram alvos fáceis para os recrutadores do Estado Islâmico. Estes foram alguns dos muitos fatores que levaram à Guerra Civil Síria.
A situação na Síria não é exceção, uma vez que existe uma forte correlação entre os países mais vulneráveis às alterações climáticas e os que enfrentam conflitos políticos e violência.
Olhando para o futuro
De um modo geral, as decisões políticas e as políticas serão os principais impulsionadores para agir na questão dos refugiados climáticos. Na COP27, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em novembro, foi firmado um acordo para conceder financiamento dos países vulneráveis afetados por catástrofes climáticas.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU constatou que muitos refugiados climáticos não atendem a todos os critérios para entrar na categoria de refugiado, o que significa que não podem beneficiar da protecção legal dos seus direitos humanos. Para mudar esta situação, os governos devem redefinir o significado de refugiado para que os recursos sejam mais acessíveis.
E, claro, o maior fator em tudo isso é a própria mudança climática. Cada país e cada pessoa deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar o planeta a atingir os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris.
Finalmente, cabe recordar que a FUNIBER patrocina diversos cursos para aprender mais sobre a gestão de projetos científicos e ambientais. Alguns destes programas são o Mestrado em Gestão Integrada: Meio Ambiente, Qualidade e Prevenção e o Mestrado em Projetos de Gestão Ambiental.
Fonte: There could be 1.2 billion climate refugees by 2050. Here’s what you need to know
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