A proliferação da alga sargaço que chega à costa no México ameaça o turismo e o ecossistema local. Governo anuncia investimento de 3,2 milhões de dólares para conter o fenômeno
No México, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semamat) anunciou a criação de uma equipe especial formada por ambientalistas para controlar a invasão da alga sargaço no litoral de Quintana Roo, no Caribe. O governo anunciou também a destinação de um montante financeiro no valor de 3,2 milhões de dólares para esta ação.
O órgão emitiu um comunicado informando sobre a ameaça da alga. Segundo explicam, a primeira vez que se percebeu a chegada do sargaço à costa mexicana foi em 2013, e desde então, este fenômeno vem aumentando de proporção. “A chegada massiva é ocasionada por múltiplos fatores como o aumento de nutrientes, da temperatura da água e das correntes marinhas e ventos”, afirmam.
A chegada da alga pode modificar o ecossistema local, que como descreve a Semamat, “serve de hábitat importante para muitas espécies marinhas, já que proporciona alimento, sombra e refúgio de peixes, camarões, caranguejos e tartarugas”.
Para conter de forma sustentável a chegada das algas às praias, o governo anunciou a criação de um sistema de barreiras situadas a 3 milhas náuticas do litoral caribenho. Estas praias são as que mais atraem turistas como são Cancún, Paya del Carmen, Isla Mujeres, Riviera Maya, Cozumel, Tulum, Akumal, Holbox e Mahahual.
Segundo a secretaria, o sistema de contenção não representa nenhum risco para a fauna marinha e para navios, porém as autoridades informam que a alga pode ser levada por correntes marinhas para outra direção.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) indica que a proliferação do sargaço é um fenômeno novo, e que pode ser prejudicial para o ecossistema costeiro. Quando se acumula no litoral, a alga apodrece e solta substâncias tóxicas que podem causar a morte de peixes.
O sargaço Phaeophyta (Heteroconthophyta) é um gênero especifico de plantas marinhas do grupo das algas pardas ou marrons. O vegetal é importante para o ambiente marinho ao servir de alimento para algumas espécies de peixes e tartarugas. Porém, o sargaço pode alterar a cor das águas e soltar mau-cheiro durante a decomposição. Apesar de não ser nociva para os humanos, a presença da alga afeta o turismo e a pesca.
No Brasil, a professora do Laboratório de Ficologia do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de Alagoas, Élica Guedes, comandou uma equipe de pesquisa com alunos sobre os possíveis efeitos do sagaço como adubo e encontrou resultados positivos.
A FUNIBER patrocina o Mestrado em Ciência e Tecnologia Marinha que oferece conhecimentos para a gestão sustentável dos recursos marinhos.
Fontes:
México constrói barreira para controlar invasão de sargaço
El sargazo, el alga que invade las costas del Caribe y pone en alerta a México
Do lixo ao luxo: sargaço pode ser usado como adubo de qualidade comprovada
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