Estudo simulado indica ganhos econômicos relevantes ao transformar plantação convencional de trigo em espaço de dupla produção: para o cultivo e para a energia solar
Um estudo doutoral, realizado na Espanha, contrasta três tipos de sistemas de energia solar, construídos com diferentes materiais fotovoltaicos, para saber sobre aspectos relacionados ao rendimento e para a rentabilidade das plantas solares. Com os dados, simula o funcionamento da planta voltaica sobre um campo agrícola, num espaço de co-produção agrícola e energética.
O autor do estudo, Huaxin Wang, analisou durante quatro anos os três sistemas diferentes, um formado por silício policristalino (poli-Si), outro por silício amorfo (a-Si) e o terceiro, por telúrio de cadmio (CdTe). Todos foram observados em condições iguais de operação.
“Através da avaliação de impacto da meteorologia local e a configuração do sistema conectado à rede sobre os rendimentos destes sistemas, esta tese pretende oferecer algumas contribuições para completar o mapa de rendimento global do sistema e alguns avanços sobre a degradação do rendimento do gerador fotovoltaico”, afirmou o autor.
Segundo o autor, a produtividade melhorou ao menos uns 22%, sem representar uma perda de rendimento do cultivo, e a disponibilidade de luz se manteve por cima dos 90% captada pelo cultivo. O ganho limpo anual econômico representaria, aproximadamente 5.106 €/hectare, ao transformar um cultivo convencional de trigo duro em uma exploração agrícola e fotovoltaica.
O autor ressalta que o uso duplo das terras agrícolas, para o cultivo e para os painéis de energia solar, poderia representar um grande avanço no compromisso estatal com a energia renovável e a conservação ambiental.
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