Pesquisadores apresentam estudo para a criação de reserva brasileira, situada em uma cordilheira submersa, que representa grande diversidade marinha
No Brasil, uma cordilheira submersa ainda pouco conhecida pode ser considerada uma das maiores reservas marinhas do mundo. A região ocupa aproximadamente uma extensão de 450 mil quilômetros quadrados, o que equivale ao território da Suécia.
O atual Secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente no país, José Pedro de Oliveira Costa, afirmou que se apresentará um decreto para a criação de uma unidade de conservação da cordilheira. A proposta se baseia num estudo que defende a rica biodiversidade da zona.
O diretor de Criação de Unidades de Conservação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Paulo Carneiro, que conduziu as reuniões de consulta pública, disse que o decreto deverá considerar todos os cuidados com a conservação dos recursos marinhos dos locais, com regras rígidas para as atividades pesqueiras. “Por enquanto, não temos nenhum pedido de autorização para mineração, e a implantação das UCs vai, certamente, contribuir para o controle da pesca predatória”, afirmou Paulo Carneiro.
Se a proposta for decretada, poderia ser formada a maior reserva marinha do Atlântico protegida.
O biólogo João Luiz Gasparini afirma que desde sua primeira visita à região, em 1995, é encantando com o mundo por explorar na zona. Até hoje, foram identificadas 13 espécies de peixes endêmicos da cordilheira. Além destes, somaram-se 270 espécies de peixes, sendo que 24 deles estão em perigo de extinção.
Também habitam a região 140 tipos de moluscos, 28 tipos de esponjas, 87 tipos de peixes de mar aberto, 17 tipos de tubarões e 12 tipos de baleias e golfinhos. O biólogo Gasparini acredita que ainda há muito o que descobrir.
No final de janeiro, ele e uma equipe de pesquisadores, começariam uma expedição à zona, a bordo do navio “Paratii 2”, que levou o famoso navegador Amyr Klink à Antártida. A equipe espera superar os 80 metros de profundidade, distância que já conseguiram alcançar até hoje, ponto em que há uma queda drástica de temperatura.
Os pesquisadores levam muitos anos tentando submergir mais, mas a distância entre a cordilheira e a costa é grande, e torna a tarefa uma pouco custosa já que exige equipamentos caros.
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