Nós, humanos, começamos a sexta extinção massiva

A CNN publicou um relatório em que indica que o impacto do homem no planeta está originando uma extinção massiva de espécies

Já não há dúvidas que os humanos têm alterado o equilíbrio dos ecossistemas que sustentam a vida neste planeta. Não chegamos a compreender a tempo que em nosso mundo a vida é interdependente, e todos os seres são importantes. Consumimos como se fôssemos a única espécie que tem valor no planeta, e agora começamos a ver as consequências nos ecossistemas. A CNN publicou um relatório no que registra o impacto do homem no planeta e no que se assegura que iniciamos a sexta grande extinção no planeta, ao afetar diretamente o desenvolvimento de 3 de 4 espécies conhecidas no mundo.

Anthony Barnosky, diretor executivo do Jasper Ridge Biological Preserve, da Universidade de Standford, indica que devemos imaginar a sexta extinção maciça, já que 3 de 4 espécies conhecidas no mundo terão desaparecido. De acordo com a CNN, a taxa de extinção de espécies será 100 vezes mais alta que o normal.

De acordo com o informe, se continuar a caça furtiva de animais, os elefantes africanos desapareceriam em 20 anos. Além disso, os orangotangos estão à beira da extinção. Algo que não parece estranho para os leitores dos blogs da FUNIBER, já que em diferentes ocasiões reportamos as atividades ilegais de empresas que operam afetando os ecossistemas nos quais os orangotangos vivem, com a finalidade de estender o cultivo de palmeiras para a produção de azeite de palma.

Paul Ehrlich, professor de Estudos de Populações na Universidade de Standford, indica que a estimativa geral aponta que “a metade das formas de vida que conhecemos desapareceram, mas não as espécies, e sim o número de indivíduos”. Portanto, trata-se de um silencioso desaparecimento, pois os humanos não considerarão o perigo para uma espécie até que não se encontre próximo de sua extinção.

De acordo com a CNN, este fenômeno está acontecendo por 5 causas:

1.- Mudança Climática: O fenômeno originado pelo Aquecimento Global continuará alterando as condições de vida entre os animais de todo o planeta. A CNN desenvolveu um gráfico em que se mostra o aquecimento do planeta ocasionado pelo uso de combustíveis fósseis e o desmatamento de florestas no mundo para a produção de alimentos e gado para sustentar a população de humanos.

2.- Agricultura: De acordo com um relatório do Banco Mundial do ano 2000, os humanos têm transformado 37% da superfície da terra em granjas, cultivos e terras de pasto. Em seu relatório, a CNN mostra gráficos nos que se mostra a área ocupada pelos cultivos no planeta, as terras para a criação de animais e as superfícies ocupadas pelas cidades.

Adicionalmente, quanto à área do planeta que estamos ocupando, deve-se considerar que desde 1950 a população de humanos cresceu em forma explosiva. Um relatório das Nações Unidas indica que por volta de 2050 a população de humanos cresceria até alcançar os 9,7 bilhões de habitantes, impondo um desafio para prover alimentos e serviços para essa quantidade de pessoas, considerando que a produtividade dos cultivos está sendo afetada pelo aquecimento global.

Quando as abelhas morrem
As abelhas são agentes muito importantes para a sobrevivência dos humanos, porque participam do processo de polinização de 35% das plantas que produzem alimento para os humanos. Mas a agricultura que criamos utiliza enormes quantidades de pesticidas e químicos que afetam as abelhas, causando sua morte de forma maciça. Calcula-se que 25% das abelhas nos Estados Unidos estão em risco de extinção. A perda de campos nos quais podem alimentar-se, as doenças e o uso de pesticidas são a causa de seu desaparecimento.

São mais de 200 mil espécies de abelhas, mas desaparecem sem que nós humanos notemos. A CNN mostra que Robbin Thorp, professor emérito da Universidade UC Davis, indica, por exemplo, que a última ocasião em que pôde observar uma abelha de Franklin no estado de Oregon foi no ano 2006.

3.- Caça de animais: A CNN aponta que a comercialização e caça de animais representa um movimento de dinheiro que beira os 258 bilhões de dólares ao ano, sendo uma das atividades ilegais mais lucrativas que existem atualmente. A ambição dos homens impulsiona a fazer mal a milhões de animais em todo o planeta: a caça de focas, rinocerontes, elefantes, araras, e milhares de outras espécies é algo comum em nossos dias, para alimentar a indústria de peles ou cobrir a demanda de marfim ou chifre de rinoceronte (supostamente afrodisíaco).

O pesquisador Mike Chase, indicou à CNN que entre o ano 2007 e 2014 desapareceram 144 mil elefantes, o que representa 30% da população de paquidermes na África. Calcula-se que nos próximos 20 anos os elefantes poderiam desaparecer.

4.- Contaminação: Os humanos descartam quase 9 milhões de toneladas de lixo que são vertidas no oceano a cada ano. A quantidade é o equivalente a um caminhão cheio de plástico atirado no oceano a cada minuto, e estima-se que para o ano 2050 o oceano tenha mais plástico que peixes, ao fazer uma comparação por peso.

Os pesquisadores da fauna marinha concluíram que todas as aves têm plástico em seus estômagos. As aves morrem porque o plástico as adoece e não lhes permite digerir seus alimentos. Na página web criada pela CNN, é possível ver como um pesquisador abre o ventre de um albatroz morto com uma faca e no interior do animal encontra inúmeros objetos de plástico. Um estudo indica que a população de aves marinhas reduziu 70% entre 1950 e 2010.

5.- Morte de animais: Muitas das atividades que realizamos permitem que espécies invasoras  se introduzam em diferentes continentes, e organismos como fungos ou bactérias podem causar a morte de milhares de animais em curto tempo. De acordo com o relatório, 40% dos anfíbios está em risco de extinção.

Soluções
Para evitar os efeitos do aquecimento global e a mudança climática, os especialistas consideram que devemos buscar que a era dos combustíveis fósseis termine e migremos para fontes de energias renováveis. Sugere-se proteger a metade da superfície do planeta para conseguir salvar o 84% das espécies, considerando que, de acordo com um relatório das Nações Unidas, atualmente apenas 15% da superfície da terra está protegida e só 4% dos oceanos.

Anthony Barsnosky, da Universidade de Stanford, considera que apenas temos uma janela de tempo de 20 anos antes de chegar a um ponto sem retorno. Os animais são necessários para manter o equilíbrio no planeta.

John Sutter, jornalista autor da nota, indica que podemos reverter a tendência, mas devemos atuar rápido, combatendo o tráfico de animais, reduzindo o crescimento da população de animais, e nos religar com o mundo natural para que sejamos capazes de abrir os olhos.

Sutter destaca que “os humanos têm uma atenção muito curta, e problemas como a extinção e a mudança climática se configuram por décadas, séculos ou milênios. Nossa ação ou indiferença terão consequências por milhares de anos”.

Estamos em uma corrida contra o tempo e contra diversos interesses que não desejam que o uso de combustíveis fósseis seja suprimido. E você, considera que alcançaremos a meta a tempo?

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER  se esforçam para proteger as espécies em perigo de extinção e criar um entorno que proteja a vida.

Fonte: CNN 

Foto CC: Rossi Remi