Avaliando o impacto de incêndios em pântanos do Peru

Pesquisadores analisam o impacto do fogo de incêndios ocorridos em áreas alagadas em Lima, no Peru, e a recuperação do ecossistema

Em novembro de 2014, produziu-se um incêndio no refúgio de vida silvestre conhecido como “Pantanos de Villa”, em Lima, a capital do Peru. O desastre ecológico afetou uma área de quase 70.000m² causando danos à fauna e à vegetação do local. Uma equipe da Universidad Científica del Sur iniciou imediatamente um trabalho de pesquisa para determinar a velocidade de recuperação da flora da região, analisando o terreno e medindo o crescimento da vegetação, determinando que após o incêndio atingiu-se uma recuperação de 80% da vegetação. Os resultados do trabalho de pesquisa foram registrados no documentário “Quema”, incluído no final desta nota.

vídeo criado pela Universidad Científica del Sur captura toda a beleza do lugar e a diversidade biológica que se desenvolve no coração de uma zona urbana. Wilfredo Ramírez indica que a região de Pantanos de Villa é considerada como uma área alagada de importância internacional (o sítio Ramsar).

Muitas vezes, as pessoas não tomam precauções ao visitar um espaço natural e costumam deixar resíduos poluentes ou inclusive podem colocar em risco a flora e fauna da zona ao manipular o fogo sem assegurar-se antes de sair que todas as chamas apagaram por completo.

O incêndio registrado no refúgio silvestre Pantanos de Villa teve grande impacto. Imediatamente, o professor Héctor Ponte, da Escola de Biologia Marinha da Universidad Científica del Sur, convocou uma equipe de pesquisadores para realizar um estudo na zona e determinar o nível de danos ocasionados pelo incêndio. “Conhece-se pouco da relação que existe entre os organismos nas áreas alagadas, esta pesquisa permite conhecer qual é a capacidade que este ecossistema tem para recuperar-se depois de um incêndio, que corresponde a um dos impactos antropogênicos mais frequentes nas regiões alagadas costeiras”, indicou Héctor.

Os pesquisadores identificaram na zona afetada as formações de diferentes ecossistemas, com diversos níveis de densidade de vegetação, destacando o gramadal, juncal, corta corta, totoral e o carrizal (nomenclatura típica). No vídeo, mostram-se os diferentes tipos de plantas que se desenvolvem na região.

Foram utilizados diversos métodos para registrar a recuperação do ecossistema. “Utilizamos três técnicas, pois em todos os ecossistemas a estimativa de cobertura não era atingida com a mesma eficácia com a mesma técnica”, esta pesquisa permite provar técnicas e padroniza-las para poder aplicar as mesmas técnicas na avaliação de sistemas similares.

O biólogo Gustavo Lértora indicou que algumas parcelas obtiveram uma cobertura de recuperação de 90%, enquanto outras alcançaram entre 60% ou 70%, o que indica que há formações que se recuperam mais rápido.

É necessário criar uma cultura de cuidado da natureza entre os cidadãos. Gustavo destaca: “deveríamos utilizar este incêndio para poder educar as pessoas que habitam a região e notar os danos causados por quem não tem sido inteligente ao utilizar o espaço”, procurando que os visitantes não voltem a cometer os mesmos erros no futuro. A formação das pessoas é um fator essencial para evitar mais danos ao ecossistema.

As pesquisas na zona dos Pantanos de Villa continuam, com monitoramento e análises de ciclos do carbono. Depois da realização do vídeo, formou-se o grupo Habitat Con Ciencia, um grupo orientado a documentar e difundir problemas ambientais para gerar uma consciência de cuidado ao ambiente no Peru.

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER se mantêm atentos aos estudos e pesquisas sobre o impacto da atividade humana nos ecossistemas.

 

Fonte e fotos: http://www.habitatconciencia.com/