Inventor brasileiro procura soluções para a contaminação e custos de combustível.
A moto T Power H2O incorpora um sistema de eletrólise que permite utilizar o hidrogênio da água como combustível. Ricardo Azevedo, inventor da moto, assegura que com a energia gerada a motocicleta poderia percorrer aproximadamente 500 quilômetros com um litro de água. O criador do protótipo está procurando um investidor que produza a moto de forma maciça.
Depois de conhecer o invento, que usa água como combustível, surgiram algumas reflexões sobre o sistema. Questiona-se, por exemplo, a autonomia da bateria. Quanto a esta questão, Azevedo explica que adaptou uma bateria de automóvel à máquina e incorporou um sistema similar ao Kinetic Energy Recovery System (KERS), utilizado na Fórmula 1, para recarregar a bateria durante o percurso, e desta forma a moto poderia funcionar por 10 horas.
O portal brasileiro UOL aponta em uma publicação que o professor Ennio Peres Da Silva, Coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Universidade Estatal de Campinas e Especialista em Pesquisa de Veículos Híbridos movidos por Hidrogênio, apontou que o sistema proposto com uma bateria externa poderia mover a motocicleta.
Azevedo manifestou que a moto pode chegar à velocidade de 100 quilômetros por hora em circuitos urbanos, mas não tem o mesmo rendimento que uma moto a gasolina em terrenos onde se exige maior desempenho da máquina.
Os críticos deste sistema consideram que a eletrólise simples não permitiria gerar suficiente energia para mover a moto T Power H2O, mas Azevedo explica que se utilizaram aditivos para fazer que o processo de eletrólise seja 350% mais efetivo que em sistemas convencionais. O inventor indicou que realizou provas com distintos aditivos por seis meses e conseguiu otimizar o processo de eletrólise, mas requerem-se mais pesquisas.
O Professor de Química da Universidade de São Paulo, Ernesto Gonzales, confirmou ao portal UOL que o sistema proposto pelo inventor é viável e que “existem uma série de aditivos químicos que podem melhorar o processo de eletrólise”, ressaltou o pesquisador envolvido na área de novos combustíveis.
Custos
Azevedo considera que é necessário realizar mais provas e está disposto a submeter o equipamento à avaliação de um mecânico especialista. O inventor declarou à UOL que, considerando todos os custos de operação, a moto poderia funcionar com um custo de R$0,02 por quilômetro rodado, enquanto que o custo de operação de motos econômicas a gasolina aproxima-se a R$0,07.
O Professor Ernesto Gonzales indica que o uso de água como combustível seria menos eficiente que uma moto elétrica, pois se utiliza energia elétrica para a eletrólise e o hidrogênio para a combustão, enquanto que em um sistema elétrico “a energia utiliza-se diretamente para mover o veículo, o que reduz os custos e aumenta a eficiência”.
Ao comparar os custos, Gonzales ressaltou que a moto que funciona com água poderia superar uma moto que utiliza gasolina, mas não poderia proporcionar um menor custo de operação que uma moto elétrica.
É necessário manter a pesquisa relacionada à motores que não emitam poluentes para reduzir nosso impacto no planeta. Os estudantes das Especializações e Mestrados em Meio Ambiente da FUNIBER buscam conhecer as novas tecnologias que nos proporcionem transporte e energia limpa para reduzir a contaminação global.
Fontes: http://fnbr.es/1xc, http://fnbr.es/1xd
Foto: Alguns direiros reservados por Veyron