A ilha de Zapara, na Venezuela, é um Refúgio de Fauna Silvestre e Reserva de Pesca que enfrenta algumas ameaças. A atividade humana pode influir de maneira negativa nas áreas protegidas, sendo necessário estabelecer planos de médio e longo prazos que permitam mitigar o impacto da atividade econômica sobre as áreas naturais. Arlene Beatriz Cardozo Urdaneta, em opção ao título de Mestre em Gestão e Auditorias Ambientais da FUNIBER, realizou uma pesquisa a fim de analisar os aspectos legais, físicos, biológicos, ecológicos e socioeconômicos que poderiam ter um impacto positivo ou negativo na área e propor um plano de gestão de espaços naturais que garanta a sustentabilidade do ecossistema nesta ilha. A seguir, apresentamos um resumo de sua dissertação e oferecemos um link para baixar o documento.
A atividade do turismo e a falta de um ordenamento territorial adequado colocam em risco a sustentabilidade do ecossistema na ilha de Zapara. Além disso, a atividade extrativa intensiva da pesca, que se desenvolve nas áreas próximas à área protegida, aumentam as ameaças para as espécies que ali habitam.
Cardozo reconhece que a floresta de manguezal presente na ilha é fundamental para mitigar a erosão costeira. Também afirma que os mangues são vulneráveis às mudanças de salinidade e aos aportes de sedimento que podem ocorrer na área. De acordo com o estudo realizado, mais de 33% da superfície da ilha é constituída por terrenos que podem ser dispersados pela ação da erosão eólica ou marinha, sendo necessário estabilizar as costas a fim de evitar um impacto negativo na população e nos ecossistemas.
De acordo com o documento publicado, existem leis que protegem de modo ineficaz a área e é necessário desenvolver projetos para a gestão deste espaço. Ao analisar as características da ilha, a pesquisadora descobriu que não havia um sistema de manejo de resíduos, o ordenamento territorial era ineficaz e a comunidade que habitava a área realizava uma atividade econômica extrativa de modo intensivo com pouca diversificação, somando-se ao esgotamento dos recursos da área estudada. Levando em conta as características da ilha de Zapara, Cardozo propôs fortalecer a economia local, executar estratégias para conservar e recuperar o ecossistema do mangue, realizar pesquisas sobre a biodiversidade da ilha e mitigar os efeitos das águas residuárias.
Como parte do projeto, a pesquisadora sugeriu formar líderes empreendedores na comunidade que habita a região, desenvolver planos para a conservação dos ecossistemas do mangue, formar a comunidade para assegurar uma gestão socioambiental sustentável, restaurar o ecossistema do mangue, produzir ostras no mangue de modo sustentável e assegurar o tratamento das águas residuárias, através de técnicas de biorremediação.
A dissertação desenvolvida por Cardozo abordou diversas estratégias para integrar a comunidade no cuidado da área protegida da ilha de Zapara, buscando envolver os órgãos governamentais, da sociedade civil e dos habitantes da área no desenvolvimento de estratégias de gestão de maior envergadura na região.
Dissertação sob licença Creative Commons
CC BY-NC-ND
Você poderá baixar a dissertação em espanhol aqui.