Consequências do aquecimento global: Desastre nas Filipinas

Na escala de furacões Saffir/Simpson, um furacão que supera 155mph (249Km/h) é considerado de nível 5 (o nível máximo que um tufão poderia alcançar), mas não existe na escala um nível para classificar o furacão Haiyan, o monstruoso fenômeno que destruiu as Filipinas com ventos de 324kmh (195mph). Se considerarmos a progressão da escala, poderíamos dizer que Haiyan alcançou um nível equivalente a um furacão de classe 7 ou 8. Após a passagem do Haiyan, as autoridades noticiaram 1.774 vítimas, mas se estima que o total de vítimas poderia superar os 10 mil mortos.

É cada vez mais frequente a dificuldade encontrada pelos cientistas para qualificar os níveis de um desastre natural, porque escapam das escalas regulares. Em janeiro deste ano era possível ler em um dos nossos artigos sobre a onda de calor na Austrália: “Os cientistas foram obrigados a acrescentar uma nova cor à escala para criar gráficos que pudessem representar as previsões de temperaturas que podiam chegar aos 54°C.

O tufão Haiyan, que destruiu quase completamente algumas cidades das Filipinas, alcançou um nível de intensidade que as autoridades informaram nunca ter visto algo similar na região. Haiyan assolou as Filipinas com ventos que alcançaram 375km/h no momento em que tocou a terra, a seguir foram registrados ventos com uma velocidade constante de 324km/h (195mph). O governo declarou o país em estado de calamidade. As autoridades evacuaram mais de 800 mil pessoas e estima-se que haja mais de 10 milhões de pessoas afetadas. Uma vítima do furacão descreveu a situação atual como “pior que o inferno”.

O portal Gizmodo selecionou imagens das Filipinas que mostram a infraestrutura do país antes e depois da passagem do tufão.

Nesta segunda-feira, ao iniciar a conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, Naderev Saño, representante nas Filipinas para avaliar as mudanças climáticas, entre lágrimas culpou a mudança climática por este tufão: – “Podemos consertar isso, podemos deter esta loucura, aqui e agora, no meio deste campo de futebol, podemos parar de dilatar ou mover as metas”, reclamou o executivo.

O diretor de operações do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários, John Ging, indicou que o registro de vítimas mortais seria de cerca de 10 mil pessoas, mas aparentemente o registro já teria estabilizado.

Desafios
Os tufões são um fenômeno regular na Ásia, principalmente na região das Filipinas. As autoridades indicam que a população não evacuou porque consideraram que esta seria só mais uma tempestade. Agora as autoridades consideram que teria sido muito melhor alertar a chegada de uma tsunami para fazer com que as pessoas realmente evacuassem a região.

O aumento da intensidade dos desastres naturais que ocorrem em uma região implica desafios para os governos de todo o planeta. É preciso estabelecer medidas para mitigar e enfrentar os efeitos que poderiam causar inundações, tufões, secas e outros desastres com níveis de intensidade nunca antes registrados em uma região, como no caso das Filipinas.

O grande problema reside no fato de que os desastres naturais afetarão principalmente países pobres, que não têm capacidade para enfrentar esse tipo de fenômenos. Esta situação obrigará as Nações Unidas a aumentar os recursos para a ajuda humanitária e desenvolver mecanismos para administrar com maior eficiência o envio de ajuda a países em situação de emergência.

Os especialistas indicam que os desastres naturais aumentarão em frequência e intensidade à medida que avança o aquecimento global, mas o mais preocupante é que os países mais pobres são os que sofrerão as consequências. Na Somália foram registrados ao menos cem mortos pela passagem de um ciclone tropical há alguns dias atrás.

Com informação da CNN
www.cnn.com

Fotos do tufão:

http://es.gizmodo.com/fotos-de-satelite-de-filipinas-antes-y-despues-del-tif-1463530140

Foto: NASA, 2011