As alterações climáticas são um dos desafios mais prementes que a humanidade enfrenta atualmente. Para além dos efeitos óbvios no ambiente, como o aumento das temperaturas e os fenómenos meteorológicos extremos, têm também um impacto significativo na saúde humana. Um estudo recente publicado na revista The Lancet revela que as temperaturas extremas, tanto altas como baixas, têm um efeito considerável na mortalidade na Europa.
As alterações climáticas têm efeitos adversos na saúde e no bem-estar físico, mental e comunitário através do aumento da frequência e da intensidade de fenómenos meteorológicos extremos, do aumento dos casos de doenças infecciosas, da deterioração da qualidade do ar e da redução da qualidade e segurança dos alimentos e da água. Prevê-se que estes riscos se agravem no futuro, colocando desafios sem precedentes aos sistemas de saúde pública.
O estudo intitulado «Temperature-related mortality burden and projected change in 1368 European regions: a modelling study» analisa o risco de mortalidade relacionada com a temperatura na Europa, fornecendo informações valiosas sobre os riscos atuais e futuros. Os investigadores utilizaram dados de 1368 regiões europeias e tiveram em conta as caraterísticas específicas de cada grupo etário e as vulnerabilidades socioeconômicas locais.
Disparidades regionais na mortalidade relacionada com a temperatura
O estudo revela disparidades regionais significativas na mortalidade relacionada com a temperatura na Europa. Entre 1991 e 2020, a Europa Oriental registou 2,5 vezes mais mortes relacionadas com o frio do que a Europa Ocidental. Do mesmo modo, a Europa do Sul registou seis vezes mais mortes relacionadas com o calor do que a Europa do Norte durante o mesmo período. Estas conclusões sublinham a importância de compreender o contexto local aquando da formulação de respostas de saúde pública.
Além disso, o estudo estima que, entre 1991 e 2020, se registou uma média de 363 809 mortes relacionadas com o frio e 43 729 mortes relacionadas com o calor na Europa. Isto traduz-se num rácio de 8,3 entre as mortes relacionadas com o frio e as mortes relacionadas com o calor. Estes números sublinham a maior vulnerabilidade das populações às temperaturas baixas e altas e salientam a necessidade de intervenções específicas para atenuar o impacto.
Projeção do aumento da mortalidade
O estudo prevê um aumento substancial das mortes relacionadas com a temperatura até 2100. Estima que poderão ocorrer mais 54 974 mortes, devido a um aumento das mortes relacionadas com o calor e ao envelhecimento da população. Isto resultaria num rácio de mortes relacionadas com o frio de 2,5 para mortes relacionadas com o calor de 2,6. Além disso, prevê-se que as alterações climáticas aumentem as disparidades regionais em termos de mortalidade, especialmente nas regiões do sul da Europa. Estas projecções sublinham a necessidade urgente de estratégias eficazes de atenuação das alterações climáticas para evitar mais perdas de vidas.
Implicações para os decisores políticos e as autoridades de saúde
As conclusões do presente estudo fornecem informações valiosas aos decisores políticos e às autoridades sanitárias. As disparidades regionais no risco de mortalidade relacionada com a temperatura sublinham a importância de dar prioridade à proteção das áreas mais susceptíveis e dos grupos populacionais mais idosos. Ao compreender as áreas projetadas de maior risco, os decisores políticos podem desenvolver intervenções específicas e afetar recursos de forma eficaz para mitigar as desigualdades na saúde.
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