A ONU propõe dedicar o Dia Internacional do Idoso a ações contra a discriminação das pessoas da terceira idade
O dia 1º de outubro foi reconhecido pela ONU como o “Dia Internacional do Idoso“, uma data em que se busca promover atividades voltadas a dar atenção às condições sociais e de saúde entre as pessoas com mais de 60 anos. Este ano, a ONU propôs que organizações de todo o mundo desenvolvam atividades para conscientizar contra a discriminação de pessoas da terceira idade.
O abandono, os maus-tratos e a discriminação de pessoas da terceira idade é, de acordo com a ONU, uma prática comum na maior parte das sociedades, uma situação tangível através das atitudes das pessoas, das práticas institucionais e da representação mantida pelos meios em relação às pessoas da terceira idade.
O modelo econômico atual exige que as pessoas sejam cada vez mais rápidas e produtivas. O estereótipo das pessoas da terceira idade faz com que os vejamos como lentos, ineficientes e pouco produtivos e, portanto, pouco a pouco, a atividade das pessoas da terceira idade foi sendo restringida às casas de repouso ou a um canto da casa com pouca ou nula participação, quando, na verdade, os idosos procuram se sentir plenos, realizando atividades prazerosas e que possam se inserir em alguma atividade econômica.
Além da discriminação, a maioria das pessoas acima dos 60 anos sente que seus problemas são principalmente de ordem econômica. Em uma pesquisa realizada em 2010 pelo Conselho Nacional para Prevenção da Discriminação (Conapred), do México, 27.9% das pessoas acima de 60 anos já sentiram alguma vez que seus direitos não foram respeitados em função da sua idade, 40.3% indicaram que seus problemas eram principalmente econômicos e 37.3% tinham problemas de acesso a programas de saúde. A falta de atenção para com os idosos gera obstáculos para que as pessoas da terceira idade possam viver uma vida digna.
Os estereótipos sociais em relação aos idosos geram atitudes que multiplicam as possibilidades de que as pessoas da terceira idade sejam objeto de maus-tratos e exclusão, e de que lhes sejam privados seus direitos reconhecidos a todas as pessoas que fazem parte de um Estado democrático.
A população de idosos está crescendo rapidamente em todo o mundo. Atualmente, quase 700 milhões de pessoas superam os 60 anos de idade, e estima-se que em 2050 serão 2 bilhões de pessoas, cifra que representaria 20% da população mundial.
A Declaração Política e o Plano de Ação Internacional de Madri sobre o Envelhecimento, aprovado em 2002, na Segunda Assembleia Mundial sobre Envelhecimento, ofereceu um novo impulso aos programas relacionados ao envelhecimento da população, agilizando a cooperação internacional e a assistência para a elaboração de políticas e programas em nível nacional, assim como planos regionais para atender às pessoas da terceira idade e agilizar o diálogo internacional neste âmbito. Na FUNIBER, os estudantes da área de Gerontologia, realizam pesquisas voltadas à melhoria da qualidade de vida dos idosos, as mesmas que poderiam servir para orientar o desenvolvimento de políticas públicas.
Os governos devem desenvolver estratégias para melhorar os serviços de saúde prestados às pessoas acima dos 60 anos, e criar leis que permitam proteger seus direitos, para evitar ou reduzir o risco de casos que discriminação ou maus-tratos em relação aos idosos. Em muitos países, as pessoas da terceira idade não podem contar com uma pensão adequada, e o Estado deveria planejar ações que permitam aos idosos a inserção em atividades produtivas. Os partidos políticos deverão atender a este segmento da população que é cada vez mais representativo nas disputas eleitorais.
No entanto, mesmo que todos os governos do planeta adotem medidas para melhorar as condições das pessoas da terceira idade, ainda são levantadas algumas perguntas:
- É possível erradicar completamente a discriminação contra os idosos?
- Quais são as estratégias mais efetivas para reduzir os maus-tratos contra as pessoas da terceira idade?
- É suficiente planejar políticas que visam o bem-estar das pessoas acima de 60 anos?
Aos nossos leitores, sugerimos algumas perguntas adicionais:
- É comum a discriminação de idosos em seu país?
- Quais ações foram realizadas em sua região para melhorar a qualidade de vida dos idosos?
- O que você faria para melhorar a relação com as pessoas acima de 60 anos?