Apenas um pequeno grupo de pacientes recebe cuidados paliativos em casos de doenças terminais
O presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, professor Manuel Luis Capillas, reivindicou que deve ser oferecida maior prioridade aos serviços de cuidados paliativos para doentes terminais. Os dados do Observatório português de cuidados paliativos indicam que apenas 6,6% dos doentes com um prognóstico de esperança de vida menor de um ano recebem cuidados paliativos, além disso, somente 9.8% dos pacientes que têm um prognóstico de vida menor de 15 dias recebem esse tipo de cuidados. A maior parte destes pacientes encontra-se nos atendimentos de oncologia e outras especialidades médicas.
O estudo, desenvolvido pelo Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa, foi realizado levando em conta 1270 pacientes, com uma margem de erro de apenas 2,7%. O relatório aponta que da amostra estudada, 51% dos pacientes hospitalizados têm um prognóstico que indica uma expectativa de vida inferior a um ano, enquanto que 16% dos pacientes registram uma expectativa de vida de 15 dias.
Capillas lamentou que Portugal esteja tão atrasado em relação aos demais países da Europa, ao comparar a disponibilidade dos serviços de saúde para prestar cuidados paliativos aos pacientes com doenças terminais. Além disso, o especialista afirmou que é necessário estabelecer os serviços paliativos como uma área prioritária para os serviços de saúde pública.
De acordo com o especialista, é necessário que todos os agentes envolvidos na área da saúde, incluindo os acadêmicos, professores, profissionais e cidadãos contribuam com ideias para melhorar os serviços de cuidados paliativos. Capillas destaca que as pessoas que sofrem por uma doença terminal devem receber uma atenção que lhes permita chegar à morte com dignidade, com qualidade de vida, em um ambiente que ofereça os cuidados mais adequados a nível técnico e científico. Não se pode esperar por mais dados, é necessário que todos atuem agora para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doenças terminais.
Os serviços de assistência sanitária precisam adaptar seus processos para atender às pessoas que – internadas nos hospitais lutam para vencer a doença e recuperar a saúde – e nos casos em que já não é possível ser recuperada, chegar ao momento da morte com dignidade. Os estudantes da área da Gerontologia da FUNIBER são preparados para planejar serviços que melhorem a qualidade de vida e os atendimentos de saúde que são oferecidos aos pacientes.
Fonte: MyOncologia.pt
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