No último dia 3 de julho, anunciou-se no Chile um projeto para melhorar os valores das pensões que aposentados recebem se utilizarem a hipoteca de suas casas. A medida foi aprovada na Câmara de Deputados por parlamentares dos partidos da Renovação Nacional (RN) e da União Democrata Independente (UDI). A iniciativa provocou muitas opiniões contrárias, desde a Presidenta Bachelet até personalidades do mundo acadêmico.
A medida visa a que pessoas da terceira idade optem pela hipoteca e, em troca, o Estado concederia mensalidades equivalentes ao valor comercial de seus imóveis para aumentar a renda mensal dos idosos.
O Ministro de Desenvolvimento Social, Marcos Barraza, indicou que as pensões deviam ser melhoradas “focando as pensões, não o patrimônio das pessoas da terceira idade”. A presidenta Bachelet, por sua vez, indicou que seu desejo é que os idosos vivam tranquilos e não sejam forçados a hipotecar ou vender aquilo que se esforçaram para construir em toda uma vida.
Erwin Hansen, acadêmico da faculdade de Economia e Negócios, indica que a medida não seria efetiva, porque não se conseguiria beneficiar as pessoas que têm uma pensão muito baixa. Hansen explica que os aposentados de renda média e baixa não teriam uma propriedade para hipotecar. O acadêmico argumentou que as pessoas que possuem uma moradia podem recorrer a outras vias para obter renda, como, por exemplo, alugar sua casa e se mudar para um lugar menor.
O Dr. Benjamín Suárez, coordenador da Rede Transdisciplinar sobre Envelhecimento, indica que ao hipotecar suas casas, as pessoas deixam de ser proprietárias do imóvel, entretanto, em muitos casos, a herança é uma necessidade para a família, porque em uma mesma casa poderiam viver os filhos, netos, noras e inclusive outros membros da família.
Suárez considera que o projeto isenta os legisladores e o Estado da necessidade de resolver o tema das pensões e “é uma saída politicamente conveniente para as AFPs e para os políticos que estão trabalhando para ajudar no negócio de quem tem o dinheiro de todos os chilenos”.
Nas especializações e nos mestrados da área de Gerontologia da FUNIBER se analisam diversas propostas para melhorar a qualidade de vida das pessoas da terceira idade.
Fonte: http://fnbr.es/1fz
Foto Creative Commons: Daryl_mitchell