Uma dieta de cinco dias na qual se aplica uma redução calórica semelhante ao jejum (FMD em inglês) poderia proporcionar diversos benefícios para a saúde e ajudar a retardar o envelhecimento. Estas foram as principais conclusões de uma equipe de trabalho, liderada por Valter Longo, professor de Biogerontologia, da Escola de Gerontologia da Universidade do Sul da Califórnia (USC), nos Estados Unidos. Os resultados do estudo foram publicados na revista Cell Metabolism.
Foram realizados testes com ratos e leveduras para identificar os mecanismos biológicos gerados pelo jejum em nível celular. Um estudo piloto realizado em humanos indica que os resultados encontrados na pesquisa com ratos podem ser aplicados também às pessoas.
Para esta experiência, os ratos foram submetidos a uma dieta FMD de quatro dias, a partir da meia idade, conseguindo estender a expectativa de vida dos roedores. Os pesquisadores identificaram, também, que a dieta de redução calórica ajudava a reduzir a incidência de câncer, melhorar o sistema imunológico, reduzir as doenças inflamatórias, diminuir a perda da densidade mineral óssea e ajudou a melhorar a memória dos ratos mais velhos.
Os pesquisadores indicaram que as calorias mensais foram iguais para o grupo de experimentação e o grupo de controle, portanto, os efeitos não foram resultado de uma restrição total na dieta.
Experiência em humanos
Longo indica que se realizou uma experiência aplicando três ciclos de uma dieta similar, na qual 19 pessoas adotaram uma dieta parecida ao jejum (por cinco dias) uma vez ao mês. Os resultados desta experiência indicavam que foi possível reduzir os fatores de risco e biomarcadores para problemas como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer, sem que se registrem efeitos colaterais adversos.
Os participantes do estudo retornaram a seus hábitos alimentares normais depois da experiência e foram mantidos os benefícios da dieta FMD. Longo considera que se trata de reprogramar o corpo, conseguindo entrar em um modo de envelhecimento mais lento e, ao mesmo tempo, rejuvenescer com a regeneração por ação das células-tronco.
Os resultados do estudo indicam que foram reduzidas as quantidades do hormônio IGF-I, relacionado ao crescimento (mas também ao câncer), aumentando a quantidade de hormônio IGFBP-3, e reduzindo os biomarcadores relacionados à diabetes e às doenças cardiovasculares.
A dieta aplicada reduziu a ingestão de calorias em 54%, e se proporcionaram aos participantes alimentos com uma composição específica de proteínas, carboidratos, gorduras e micronutrientes. Na opinião de Longo, as pessoas normais poderiam fazer este tipo de dieta entre três e seis meses, sob a supervisão de um médico. “Nem todo mundo está suficientemente saudável para jejuar durante cinco dias e as consequências à saúde podem ser graves para os poucos que fizerem incorretamente”, ressaltou Longo, indicando, também, que este tipo de dieta não é recomendado para pessoas com diabetes que recebem insulina, metformina ou similares e para aquelas com um índice de massa corporal menor que 18.
O pesquisador indicou que foram realizados testes para avaliar a forma na qual se pode aplicar a dieta FMD em pessoas que sofrem de obesidade.
Os alunos do Mestrado em Gerontologia da FUNIBER recebem os conhecimentos necessários para planejar políticas e estratégias que proporcionem uma melhor qualidade de vida para as pessoas da terceira idade.
Fonte:
http://www.solidaridadintergeneracional.es/public/index.php?pid=boletin&id_contenido=2484
Foto Creative Commons:
Fechi Fajardo