Na semana passada, os chineses tiveram que superar o gaokao, exame competitivo que dá acesso às universidades no país
Em muitos países, os estudantes se preparam durante vários anos para entrar na universidade através de uma prova competitiva. Na China, estes exames que dão acesso à universidade se chamam gaokao.
Segundo explicou o educador e pesquisador da Iniciativa Global de Inovação Educativa da Universidade de Harvard, Xueqin Jiang, “nas suas mentes é como ir à guerra”, falou para a BBC Mundo. Ele explica também que faltando alguns dias para prestar o exame, os estudantes se reúnem para motivar-se entre eles, com gritos e músicas animadoras.
Já no dia das provas, os estudantes se preparam para um exame que pode durar 12 horas. Em algunas regiões, os exames podem durar entre 2 e 4 dias. Os familiares acompanham os adolescentes para desejar sorte, e a cidade se mobiliza para que tudo funcione bem. Até as obras das construções próximas às escolas se paralisam para permitir o silêncio.
Colar ou fraudar a gaokao é extremamente difícil. Além de câmeras de vigilância e drones, eles contam ainda com medidas que podem levar até a prisão. Este ano, com os riscos de contágio provocados pelo COVID-19, além dos sistemas de monitoramento, os controles são ainda maiores com medidas de segurança.
O gaokao pode ser estressante porque supõe uma grande competição. Jiang explica que a pressão “não está baseada em como vai, senão em como vai em relação aos seus companheiros de sala”. Entre os milhares de estudantes, apenas 10% conseguirá entrar nas melhoras universidades. Ele critica este tipo de avaliação ao criar, desde a pré-escola, uma relação competitiva entre os colegas.
De um lado, há críticas sobre esta forma de preparação escolar já que outros âmbitos importantes como a criatividade e a cooperação são deixados de lado. Mas há também quem defenda o exame como forma democrática e menos corrupta de permitir a entradas às instituições de ensino superior.
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