Suplemento de creatina e treinamento físico não alteram cognição e emoção em mulheres idosas

A suplementação de creatina não altera a função cognitiva e os parâmetros emocionais em idosos saudáveis. Este foi o resultado de uma pesquisa realizada com 56 mulheres idosas durante 24 semanas, em São Paulo.

Recentemente, a combinação de suplementos de creatina com treinamentos de força começa a ser usada como ferramenta eficaz na luta contra alguns aspectos da sarcopenia, incluindo disfunção física, deficiência nas atividades da vida diária, baixa massa magra e má qualidade de vida. No entanto, pouco se tem examinado sobre a influência desta estratégia em medidas cognitivas e emocionais.

A pesquisa buscou relacionar o suplemento da creatina e o treinamento de força sobre funções cognitivas e respostas emocionais. Foram avaliadas mulheres entre 60 e 80 anos que cumpriam com condições saudáveis. Divididas em grupos, algumas receberam 20 g de mono-hidrato de creatina (4 x 5 g / d), durante cinco dias, seguido de 5 g / d como uma única dose durante todo o ensaio. Outras receberam a mesma dose de dextrose. Elas foram aconselhadas a consumir os suplementos, de preferência junto com as refeições (por exemplo, café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar).

Já o treinamento de força foi realizado no ginásio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e constou de duas sessões por semana de treinamento de força, supervisionado durante 24 semanas. Cada sessão durou 40 minutos e consistiu de 3 séries de 12-15 repetições máximas (RM) para sete exercícios físicos, com intervalo entre as séries de 1 min.

Para relacionar os efeitos sobre o aspecto cognitivo, foram realizados testes envolvendo memória, atenção seletiva e controle inibitório. Para as medidas emocionais, utilizou-se uma Escala de Depressão Geriátrica como avaliação.

A pesquisa demonstrou que o suplemento não altera a cognição e as medidas emocionais, e o treinamento de força por si só melhorou o estado emocional e força muscular, mas não a cognição.

A investigação foi realizada por uma equipe de brasileiros com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

 

Fonte:http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0076301