O negócio dos Jogos Olímpicos

Nem para todas as sedes dos Jogos Olímpicos o evento resulta um bom negócio

Há pouco começaram os Jogos Olímpicos no Brasil. Ao país do samba chegaram 10 mil atletas para participar de 300 eventos esportivos de 28 disciplinas. Com 10 milhões de ingressos à venda e negociações para a transmissão das competições em âmbito mundial, esperam-se milhões em ingressos, mas os Jogos Olímpicos são realmente um bom negócio para a sede? Uma pesquisa publicada na revista Journal of Economic Perspectives, por Robert Baade e Victor Matheson, indica que os grandes lucros são uma ilusão que se desaba sob as cifras reveladas pelos eventos que precederam os Jogos do Rio 2016.

Robert explica que se calcula que os Jogos Olímpicos do Brasil custarão aproximadamente 11.210 milhões de dólares, mas esses cálculos sempre são superados; por exemplo, calculava-se que os Jogos de Londres de 2012 custariam 2.400 milhões de libras esterlinas, mas ao culminar o evento foram calculados gastos de 8.770 milhões. Inclusive os Jogos de Montreal e Sarajevo superaram em dez vezes as estimativas de custos iniciais.

Os custos dos Jogos nem sempre são cobertos com os ganhos obtidos pelo evento. Em Londres 2012 foram arrecadados 3.200 milhões de dólares, mas os custos do evento foram calculados em 11.400 milhões de dólares. Os pesquisadores indicam que as estimativas de um impacto positivo para a sede são publicadas quase sempre com cifras muito otimistas.

A demanda de emprego para os preparativos em realidade não aumenta o nível de empregos, porque tira mão de obra de outros projetos locais.

Durante o evento não se produz um aumento do turismo, pois os turistas que desejam visitar o lugar por razões culturais ou de diversão procurarão evitar a aglomeração que o evento esportivo produz. Por exemplo, em Londres, no ano 2012, foram registrados 6.2 milhões de turistas, enquanto no ano anterior foram registrados 6.5 milhões de turistas no local.

Fonte: NVInoticias

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