FUNIBER celebra o Dia Europeu da Mediação

Ontem, 20 de janeiro, celebrou-se o dia Europeu da Mediação, e a FUNIBER se somou aos profissionais que dia após dia se esforçam para reduzir os conflitos na Europa e em todo o mundo. Nesta festa nos acompanhou Ana Isabel Godoy, Diretora de programas de Mestrado e Especializações em Resolução de Conflitos e Mediação da FUNIBER, quem nos oferece uma breve visão do mundo profissional da mediação e sua evolução.

Godoy nos explica que a mediação faz parte dos Sistemas Alternativos de Resolução de Conflitos, também conhecidos como ADR, que são amplamente reconhecidos em todo o mundo, e que atingiram uma grande relevância nas últimas três décadas. A mediação teve uma evolução sem precedentes em nível mundial, e podemos tomar como referência em todos os países a mediação familiar, por ser um dos primeiros âmbitos em que foram realizadas reformas e teve aprofundada a regulação legislativa.

No entanto, a especialista afirma que existe um importante auge de programas e serviços de mediação em âmbitos diferentes do mencionado, como: penal, comunitário, escolar, organizacional, sanitário e internacional. Alguns países já dispõem de marcos normativos para regular o exercício da mediação nestes âmbitos, e outros estão trabalhando nesse sentido.

O número de profissionais que se interessam pela mediação aumentou nos últimos anos de forma exponencial, como indica Godoy, e cada vez mais profissionais de perfis diversos buscam formação no campo da mediação, pois as competências que se adquirem implicam um valor agregado para as entidades, instituições e organizações em que trabalham.

Evolução da mediação em âmbito global

A mediação familiar é o âmbito de maior desenvolvimento mundial, mas na Europa a partir de 2003 se destaca o processo de atualização das leis de mediação para incorporar e regular novos âmbitos de trabalho, seguindo com a Recomendação (2002)10 da Comissão de Ministros do Conselho da Europa e após o debate suscitado com a publicação do Livro Verde da Comissão sobre as modalidades alternativas de solução de conflitos no âmbito do direito civil e Mercantil, resultando em 2004 na proposta da Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho sobre certos aspectos da mediação em assuntos civis e mercantis.

Na América Latina, é comum que a mediação coexista com a conciliação em âmbito familiar, embora seja importante ressaltar que se tratam de métodos diferentes. Muitos países da América Latina estabelecem a mediação como caráter obrigatório antes do julgamento, de modo que as partes em conflito primeiro devem comparecer a uma sessão informativa sobre a mediação e determinar se desejam participar desse processo para tentar solucionar suas diferenças.

A mediação escolar, no âmbito de prevenção da violência nos centros escolares e de promoção da convivência e a mediação comunitária para a gestão de conflitos que afetam a população (conflitos vicinais, conflitos socioambientais derivados da exploração de recursos naturais, conflitos sociais, etc.) são dois campos com um importante desenvolvimento na América Latina.

Solucionando conflitos

Godoy explica que o mediador não tem a capacidade de decidir sobre o conflito, pois sua tarefa é atuar como um facilitador, para que as pessoas que têm um conflito encontrem soluções, porque somente essas pessoas conhecem os problemas que enfrentam e sabem do que precisam para solucioná-los. O mediador orientará ambas as partes para que tomem decisões que sejam satisfatórias para todos. A mediação está focada em fazer com que todas as pessoas envolvidas no conflito sejam ganhadoras.

Novos desafios para os profissionais

A especialista opina que o campo da mediação em geral deve enfrentar um desafio de procurar melhores meios para sensibilizar a população em relação ao uso dos ADR, e também o apoio por parte das instituições para o desenvolvimento de programas e serviços em diversos âmbitos.

Por outro lado, em um mundo que prima uma visão competitiva em grande parte das facetas do ser humano, devemos introduzir novas formas de ver as relações interpessoais e grupais, promovendo uma visão integrativa em que é possível atender as necessidades de todas as pessoas imersas em um conflito. Devemos aprender a ver o conflito como uma oportunidade de aprendizagem e melhoria, e contar com os recursos necessários para enfrentá-lo eficientemente.

Por fim, o profissional da mediação no futuro deverá ser inovador, aplicando e adaptando seus conhecimentos a uma sociedade mutável. Também deverá trabalhar para que a mediação seja aplicada cada vez mais para um maior número de conflitos.

Desenvolvimento profissional

Godoy afirma que tanto o Mestrado em Resolução de Conflitos e Mediação quanto as especializações que a FUNIBER oferece neste campo para os âmbitos organizacional e social oferecem uma formação bastante completa em técnicas de resolução e transformação de conflitos, especialmente a mediação, que ajuda profissionais de diferentes âmbitos a enfrentar todos os conflitos que fazem parte ou são consequência das situações que administram em sua rotina diária.

Por outro lado, o crescente interesse pela mediação e a regulação desta ADR implica uma oportunidade para desenvolver projetos profissionais nesse campo, buscando postos de trabalho que requeiram esse tipo de capacidades. Portanto, a mediação se converte em uma oportunidade de trabalho, tanto na esfera privada quanto pública, seja para a promoção profissional ou como um valor agregado à formação de base, abrindo as portas a novos postos de trabalho.

Conheça mais sobre o programa de Mestrado em Resolução de Conflitos e Mediação em:

http://www.funiber.org/areas-de-conocimiento/organizacion-empresarial-desarrollo-directivo-rrhh/master-en-resolucion-de-conflictos-y-mediacion