Começa a 34º Bienal de São Paulo

A maior mostra de artes visuais da América Latina, a Bienal de São Paulo, abriu neste sábado, dia 4 de setembro, com mais de mil trabalhos de 91 artistas. Este ano, a mostra celebra 70 anos de história com uma programação que busca pensar o momento atual através da arte.

A mostra tem como curador geral o doutor em arquitetura, Jacopo Crivelli Stocchi, e como curadora convidada, a espanhola Ruth Estévez. A 34º edição vem sendo feita desde 2020, mas neste sábado se abre de maneira presencial no Pavilhão Ciccilo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. O evento tem entrada gratuita.

A 34ª Bienal tem como destaque uma busca por aumentar a representatividade dos artistas, tendo o mesmo número de artistas homens e mulheres e a maior presença de artistas indígenas em comparação a edições passadas (aproximadamente 10% do total).

José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, explica: “como uma das referências conceituais da 34ª Bienal, a curadoria trouxe a ideia de ‘relação’, que, grosso modo, alude a como podemos nos relacionar com o outro sem compreendê-lo completamente”.

Um dos artistas participantes é o makuxi Jaider Esbell (1979, Normandia, RR) que apresenta uma instalação de grandes dimensões composta por dois objetos infláveis em formato de serpente, estampados em cores vibrantes e com iluminação interna. Na cultura indígena, a cobra é considerada um “animal de poder” pelo potencial de cura e regeneração que representa.

O curador explicou em entrevista para o The Art Newspaper que “neste período extremamente tenso que se vive no Brasil e no mundo, o papel da arte é dar às pessoas ferramentas para entender o que se está passando. Isso geralmente não ocorre de maneira literal, mas numa epifania poética ou de maneira íntima – numa forma que afeta diferentemente as pessoas”.

Além das obras e performances presentes na mostra, uma agenda de atividades prevê a interação com o público e a formação, a partir de por exemplo o chamado Círculos de Arte: conversas com o público sobre obras expostas.

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Fontes:

 The 34th edition of the Bienal de São Paulo explores ‘calls to resilience’

Jacopo Crivelli Visconti, curador de la 34 Bienal de São Paulo de 2020

Imagem: Lee Scratch PerryLaptop from Black Ark, 2012Collection: John Corbett and Terri KapsalisCourtesy of the Swiss Institute New York