O direito à cidade e os conflitos urbanos são fatores a serem considerados no desenvolvimento das cidades.
O site Plataforma Arquitectura entrevistou a pesquisadora argentina argentina María Cristina Cravino sobre o desenvolvimento das cidades na América Latina.
O especialista entende o conceito de “direito à cidade” sob três aspectos. O primeiro deles está associado à definição que o escritor Henri Lefebvre cunhou o termo na década de 1960, que colocava o ser humano no centro das cidades. Um segundo sentido foca o “horizonte político das lutas e demandas urbanas, muito presentes na América Latina”, indica o referido site. Por fim, um terceiro ponto de vista vincula esse conceito aos direitos humanos.
Por outro lado, Cravino definiu “conflitos urbanos” como disputas pelo uso do espaço urbano, seja público ou privado: “em geral, mais atenção é dada aos conflitos pelo espaço público, pois estes apresentam usos múltiplos que se encontram em tensão. No entanto, os conflitos por espaços privados são cada vez mais relevantes quando têm impactos ambientais ”.
A pandemia de coronavírus exacerbou ainda mais as desigualdades econômicas e, como consequência, essas diferenças se refletem nas cidades. “É uma frase clássica começar por afirmar que a América Latina é a região mais urbanizada e desigual do planeta, mas na prática esses elementos são naturalizados e, portanto, invisíveis. Como se costuma dizer, para cumprir a ordem de ficar em casa era preciso ter uma casa. Neste, uma situação de desvantagem urbana está nos assentamentos populares”, destacou Cravino em entrevista que concedeu para o site Plataforma Arquitectura.
A pesquisadora oferece duas alternativas para amenizar os problemas da região: a democratização da gestão urbana e a igualdade de acesso à terra, moradia, serviços e oportunidades.
A FUNIBER patrocina um grande número de programas universitários voltados para a formação de profissionais na área de planejamento urbano. Um dos cursos oferecidos é o Mestrado em Arquitetura e Urbanismo.
Fonte: Derecho a la ciudad y conflictos urbanos en América Latina, ¿qué debemos hacer?
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