Cidades adotam horários noturnos à rede de transporte pública. Na América Latina, faltam ações para melhorar a circulação de pessoas à noite
Londres comemorou neste ano a ampliação do horário de funcionamento do metrô, também chamado popularmente como “Tube”. Agora, as linhas subterrâneas estarão em funcionamento 24 horas por dia nos fins de semana.
Um dos principais argumentos da ampliação do horário foi a atividade cultural londrina que atrai diversos turistas toda a noite e movimenta anualmente 66 bilhões de libras esterlinas. A economia noturna é responsável por 1,3 milhões de empregos.
O novo horário é novidade em Londres, mas não em muitas outras cidades que já adotam sistemas de transporte noturnos eficientes como acontece em Nova York, Melbourne e Madri. No artigo escrito por Andreina Seijas, especialista em comunicações e produtos de conhecimento do projeto CES do BID, a autora revisa a importância de se implementar um sistema similar na América Latina.
Como afirma, “um dos grandes desafios para as cidades é contar com um sistema de transporte público durante a noite. Muitas rotas de ônibus reduzem a frequência depois das 10:00 P.M. e a maioria finaliza a jornada à meia-noite”, diz.
A autora cita algumas cidades que têm melhores ofertas como é a capital mexicana que conta com o “Nochebús”, um sistema de 11 rotas de ônibus que operam entre a meia-noite e as cinco da manhã, todos os dias da semana.
Em Buenos Aires, o sistema de bicicletas públicas funciona 24 horas do dia.
Desafios
No Rio de Janeiro, por exemplo, os ônibus funcionam à noite, porém a espera é longa. A Rio ônibus, associação das empresas que oferecem transporte público, informou que na madrugada os intervalos previstos para cada linha são de uma hora. Além dos largos intervalos, moradores reclamam que os transportes chegam muito cheios. E que não há segurança nas paradas de ônibus.
A Metrô-Rio, responsável pelo transporte subterrâneo, informou que seria inviável funcionar nas madrugadas. A concessionário ressalta que é nesta faixa horária que se realizam os serviços de manutenção das vias e dos trens.
“Em Nova York, por exemplo, este procedimento só é possível pelo fato de grande parte das linhas dispor de trilhos alternativos, que permitem a utilização de uma via enquanto outra está em manutenção”, afirmou a concessionária das linhas de metrô da cidade carioca.
Vontade política
De acordo com Andreina, “a vontade política, a colaboração público-privada e o desenho de regulamentos e estratégias de convivência são elementos-chave para uma boa gestão noturna”, escreveu. Para isso, ela lembra que é necessário ver a noite como um momento de grande valor social e econômico, em que se pode conseguir benefícios para muitos setores.
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Fontes: http://fnbr.es/3w8, http://fnbr.es/3w9
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