A proporção de mulheres que estudam Matemática, Ciência da Computação e Tecnologia diminui a cada ano na Espanha

O ponto principal para alcançar a igualdade está na educação primária.

O maior relatório oficial feito até hoje sobre a disparidade de gênero na escolha de estudos mostra que ela não tende a se fechar, mas aumentou nas últimas décadas e continua aumentando ano após ano em disciplinas como matemática, informática e uma grande parte das carreiras de engenharia e tecnologia, onde a porcentagem de homens está aumentando. «Depois de tantos anos de políticas públicas de igualdade, mudanças nos modelos educativos e com uma sociedade muito mais consciente do que no passado, é alarmante constatar que não só não houve melhoria, como houve um retrocesso considerável em áreas fundamentais para o progresso da sociedade”, diz Montserrat Grañeras, um dos autores do relatório.

No ano letivo de 2000-2001, a percentagem de estudantes do sexo feminino na formação profissional superior em Informática foi próxima de 27%, e em 2019-2020 (último ano disponível) foi de 10%. Em 1985, 30% dos estudantes universitários de ciência da computação eram mulheres, e agora são 12%. Em Matemática, passaram de pouco mais da metade para 36%. A proporção de mulheres diminuiu em Física, Estatística, Telecomunicações e Aeronáutica nas últimas duas décadas. E embora em alguns cursos de formação profissional tecnológica a percentagem tenha subido, em quatro deles permanece abaixo ou muito abaixo de 10%. Os dados são recolhidos no estudo Radiografia da disparidade de gênero na formação STEAM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática), que o Ministério da Educação apresentou esta sexta-feira para coincidir com o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.

O documento conclui que as meninas começam a se afastar dessas disciplinas no ensino fundamental, e é aí que as ações devem ser tomadas. Com base no relatório internacional TIMSS, elaborado pela Associação Internacional para a Avaliação do Desempenho Educacional, o estudo mostra que na quarta série (9 e 10 anos) 36,7% das meninas espanholas dizem não se sentir confiantes em matemática, em comparação com 23,5% das crianças. No outro extremo, 21,3% das meninas se sentem muito seguras com a disciplina, e o percentual sobe para 32,5% no caso dos meninos. O documento também mostra que tanto nos exames do TIMSS quanto no relatório PISA (outro teste internacional que é realizado no ensino médio), as alunas obtêm resultados significativamente piores em matemática, algo que não acontece em ciências, onde são semelhantes, e que é invertida no caso de leitura.

Embora sua presença no grupo seja baixa, as mulheres são maioria em algumas áreas dos cursos STEAM. A principal delas é a Saúde, onde representam 78% no nível intermediário de PF e 76% no nível superior. Representam 69% dos alunos de Medicina, 82% de Enfermagem e 75% de Biomedicina. São também maioria, por uma pequena margem, em Química (na Formação Profissional e Universitária), e no ciclo médio (embora não no superior) do PF das Indústrias Alimentares.

 

A FUNIBER promove estudos na área de Ciência e Tecnologia, alguns programas como:

Fontes: ​​Alarma por la brecha de género educativa: la proporción de mujeres cae cada curso en Matemáticas, Informática y Tecnología

Foto: Todos os direitos reservados