Pere Puigserver, catedrático adjunto de Biologia Celular da Faculdade de Medicina da universidade de Harvard, indica que há uma relação entre obesidade, diabetes e câncer que comprova que as pessoas com diabetes têm mais risco de desenvolver câncer, mas em nível molecular não há uma ligação clara entre ambas as doenças. O especialista indica que é preciso moderar as dietas ricas em açúcares, para evitar que o pâncreas perca sua sensibilidade à glicose por estímulo constante.
Puigserver destaca que nosso organismo possui um mecanismo de sobrevivência através do qual armazenamos gordura nos tecidos para transformá-la em energia nos períodos de fome, mas vivemos em uma sociedade que tem acesso permanente a alimentos, caracterizando uma tendência ao sobrepeso. Além disso, cabe considerar que muitas pessoas consomem produtos com muito açúcar e o organismo tende a transformar o excesso de açúcar em gordura. O problema se torna evidente quando a gordura começa a se armazenar em tecidos onde não deveria se acumular, gerando uma resistência à insulina.
O especialista indica que o mais importante a considerar na alimentação é o número de calorias em relação ao gasto energético diário “se nós ingerirmos cinco mil calorias e a seguir gastarmos três mil na academia, então está tudo bem”, disse. O problema é quando as calorias não são queimadas, gerando: acúmulo de lipídios, uma má oxidação e a diabetes, indicou o especialista.
Mas não se trata apenas de acrescentar exercício à nossa rotina para manter um nível adequado de gordura, Puigserver destaca que “é melhor comer menos e não fazer tanto exercício. Porque estaremos submetendo o corpo a um nível de funcionamento elevado e, portanto, o desgaste da maquina seria muito maior”.
Puigserver garante que com o tempo os tratamentos de diabetes serão personalizados, pois já se conhece os componentes alterados nas células diabéticas, mas ainda não conhecemos as causas genéticas. O especialista indica que quando forem descobertos os genes mais alterados de cada pessoa, será possível adequar os tratamentos até chegar a um nível de medicina personalizada para os pacientes de diabetes.
Pere Puigserver trabalha há 20 anos nos Estados Unidos. Hoje o pesquisador desenvolve estudos relacionados ao metabolismo celular e a diabetes.
Fonte:
http://www.elmundo.es/salud/2014/03/10/531a17c122601d9b0e8b458e.html
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