Um estudo realizado com nove mil pessoas com câncer colorretal e um grupo similar de pessoas sem câncer permitiu identificar uma interação significativa entre a variante genética conhecida como rs4143094 e o consumo de carne processada. Os pesquisadores observaram que esta variante genética se encontra em uma região do cromossomo que inclui o GATA3, um gene que já foi vinculado a outras formas de câncer.
Ainda não se identificou como certos alimentos podem afetar os genes e gerar o câncer colorretal, mas os pesquisadores determinaram que o processo de digestão das carnes poderia gerar certas respostas inflamatórias ou do sistema imunológico que poderiam gerar o desenvolvimento de tumores.
Considera-se que os fatores que podem influenciar o desenvolvimento do câncer colorretal são: a genética, o estilo de vida e o ambiente. Por esta razão, as descobertas sobre estas variantes genéticas são relevantes para o desenvolvimento de políticas públicas, porque a dieta é um fator de risco modificável que permitiria reduzir a prevalência deste tipo de câncer.
Jane Figueiredo, professora assistente de medicina preventiva da Universidade do Sul da Califórnia, e co-autora do estudo, afirmou que poderia ser relevante selecionar alguns pacientes com maior risco de desenvolver câncer colorretal segundo seu perfil genético e poderiam ser aplicadas algumas estratégias de prevenção, como a modificação da dieta, para avaliar os resultados.
Além disso, os pesquisadores identificaram que a variante genética rs1269486 estava associada a um menor risco de câncer colorretal, de acordo com os resultados obtidos no estudo que foi apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Genética Humana, em Boston.
Os pesquisadores indicam que os resultados deste estudo devem ser considerados como preliminares até sua revisão e publicação em uma revista especializada.
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