Uma das principais consequências da mudança climática é o aumento da temperatura. Segundo organizações internacionais como a Organização de Nações Unidas (ONU), após o acordo de Paris do 2015, prevê-se um aumento de até 4 graus centígrados até 2100. Quais serão as consequências mais imediatas desse aumento das temperaturas?
Tulassy Rico, tutora da Área de Meio ambiente da Rede Universitária em que a FUNIBER colabora, explica nesta entrevista como os efeitos da mudança climática devem afetar o meio ambiente, e que tipo de medidas deve ser adotada para tornar o planeta um lugar sustentável e respeitoso com os demais de seres vivos.
A degradação dos oceanos
“A perda das zooxantelas provoca a morte dos corais, e esses são uma das bases da biodiversidade que existem nos oceanos”, afirma Rico, graduado em Biologia pela Universidad Distrital José Francisco de Caldas (Bogotá, Colômbia). A degradação dos oceanos está estreitamente relacionada com a diminuição do fitoplâncton, que é a base do alimento de muitas espécies marinhas. “Desta forma, altera-se a cadeia trófica dos animais repercutindo diretamente na pesca”, conclui.
A superexplotação da pesca e outras atividades extrativas, o desenvolvimento costeiro, a contaminação e o turismo são algumas das principais ameaças para a proteção das áreas marinhas. A partir do Mestrado em Mudanças Climática, patrocinado pela FUNIBER, busca-se formar profissionais críticos de diferentes setores para dar resposta a estas problemáticas em escala global.
Em face dos esforços governamentais, os oceanos continuam funcionando como “lixeiras globais” apesar dos esforços unidos na Conferência dos Oceanos, organizada pela ONU em Nova Iorque em junho de 2017. Continuando, Tulassy Rico comenta também a pesquisa realizada pelo Karumbé, centro de tartarugas marinhas no Uruguai:
A extinção de espécies animais
Outra das consequências da mudança climática é o processo de extinção animal, que se viu acelerado nos últimos cento e cinquenta anos. Com o passar do século XX, quase a metade dos mamíferos viram reduzidos seus exemplares em 80%. “Isto ocorre pelo corte indiscriminado de árvores que envolve a destruição do hábitat de inumeráveis espécies, assim como a contaminação dos recursos hídricos e do ar”, comenta Rico. Um exemplo deste processo de extinção animal é o caso do guepardo.
Mas, como lidar com estes grandes desafios? Segundo Rico, a luta contra a mudança climática passa por “criar consciência na população” e administrar de uma maneira mais eficiente e eficaz o número de resíduos que são gerados. “Não somos os donos ou seres superiores do planeta, mas uma espécie a mais entre muitas outras e devemos aprender a conviver e coexistir com as demais espécies”, conclui.
Outra das áreas relacionadas à mudança climática é a das energias alternativas aos combustíveis fósseis. Nesta linha, o Mestrado em Energias Renováveis, patrocinado pela FUNIBER, defende pela diversificação energética e a busca da máxima eficiência.
Para mais informação sobre o projeto com tartarugas marinhas realizado no Uruguai, clique aqui.
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