Microfibras de plástico das roupas contaminam o oceano

Pequenas partículas de plástico são liberadas na água ao lavar roupas de material sintético nas máquinas de lavar roupas

Cada vez que uma pessoa utiliza uma máquina de lavar roupas para lavar sua roupa verte certa quantidade de fibra de plástico às bocas-de-lobo da cidade e com o tempo o poliéster poluente chega até o oceano, causando a morte de muitas espécies marinhas. Casacos, saias, roupas esportivas e muitos outros objetos são fabricados com fibras de plástico, e cada vez que tais objetos são lavados, desprendem partículas poluentes.

Um artigo publicado no KQED Science indica que as partículas de plástico liberadas na água se transformam em um “ímã” para os químicos que flutuam na água: pesticidas, retardantes de chama e, inclusive, venenos como o DDT. Deve-se considerar que a mortal mescla de plástico e químicos é ingerida pelos peixes quando chega ao oceano, e dali retorna a nossas mesas quando compramos peixes no supermercado.

Pesquisadores nos Estados Unidos analisaram os estômagos de peixes do mercado do Half Moon Bay e encontraram que 25% dos peixes tinha restos de plástico no estômago e 80% destes restos correspondia a fibras de plástico. Também foram encontrados restos de plástico em um terço das ostras analisadas no estudo.

De acordo com um estudo realizado pela UC Santa Barbara Bren School of Environmental Science and Management, a quantidade de fibra de plástico liberada pela lavagem de 100 mil casacos sintéticos é equivalente a jogar 11.900 sacolas de plástico de supermercado nos rios. No estudo, indica-se que as máquinas de lavar padrão não têm filtros para capturar estas fibras.

A empresa fabricante de roupa Patagonia foi primeira em reagir e recomendou a seus consumidores:

– Comprar apenas o necessário para evitar um impacto negativo no planeta.

– Assegurar-se que compram uma roupa sintética de alta qualidade, porque emitem menor quantidade de fibras.

– Reduzir a frequência de lavagem das roupas sintéticas.

Em seu comunicado, a Patagonia indica que “vivemos em uma economia baseada no plástico e é certo que há muitas áreas nas quais o uso de materiais de plástico cria refugos que danificam o ambiente. Estamos aprendendo sobre a prevalência, impacto e as fontes das microfibras sintéticas no oceano e outros lugares, e é claro que este é um tema que demanda nossa atenção”.

Para evitar maior contaminação, as pessoas devem prestar atenção aos materiais com os que estão fabricados os bens que consomem, e as empresas devem procurar produzir bens que tenham o menor impacto possível no ambiente.

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER aprendem metodologias que lhes ajudam a propor estratégias que reduzam os níveis de contaminação que as empresas emitem.

 

Fontes: KQED Patagonia

Foto CC: Carston Schertzer