Ursos polares ameaçados pela poluição

Os seres humanos costumam jogar, anualmente, toneladas de plástico no oceano e o acúmulo de resíduos originou uma “ilha de lixo” entre os Estados Unidos e o Japão. Os plásticos desintegram-se em pequenas partículas e estes poluentes estão afetando a saúde e o sistema reprodutivo dos ursos polares (Ursus maritimus). A exposição à poluição causada pelo homem agora é somada à redução do gelo polar, ao estresse nutricional e ao aquecimento global.

María Jesus Obregón, pesquisadora do Biomedical Research Institute, explica que “a saúde dos ursos polares está sendo atacada por todos os lados, mas especialmente pela exposição a poluentes ambientais”. O estudo foi publicado na revista Environmental Research.

Ameaças
Os pesquisadores identificaram as seguintes ameaças para a saúde dos ursos polares:
– Mudança climática e aquecimento global.
– Estresse nutricional.
– Exposição a poluentes.
– Estresse psicológico crônico.
– Doenças e parasitas.
– Aumento da exposição aos competidores.

Os cientistas enfatizaram que a exposição a poluentes é, em ordem de importância, a terceira maior ameaça.

O estudo, realizado por cientistas da Noruega, aponta que a poluição causada por plásticos e poluentes ambientais está afetando o sistema endócrino e o sistema reprodutivo destes mamíferos, que “é especialmente relevante nesta espécie em vias de extinção”, acrescenta Obregón.

Os cientistas indicaram que os ursos que habitam a região da Groenlândia estão expostos a níveis crescentes de poluentes. Os compostos organoclorados e os pesticidas têm um efeito sobre a produção de hormônios da tireoide, os tecidos e a enzima deiodinase, que é responsável pela estabilização dos hormônios da tireoide destes animais.

Neste estudo, foram analisados mais de 50 poluentes organo-halogenados e seus metabolismos no plasma e nos tecidos dos ursos. Estudos anteriores demonstraram a relação entre a presença de poluentes e a alteração dos níveis plasmáticos dos hormônios produzidos pela tireoide de animais da fauna selvagem do Ártico, mas é a primeira vez que se estabelece uma relação com a alteração dos tecidos.

Fonte:
http://www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150407085025.htm

Detalhes sobre a “ilha de lixo”:
http://es.wikipedia.org/wiki/Isla_de_basura