Ativistas do Greenpeace causam danos nas Linhas de Nazca

As Linhas de Nazca foram declaradas como Patrimônio da Humanidade em 1994. Estas complexas figuras riscadas sobre a terra só podem ser observadas integralmente do céu e estão localizadas no Peru, em uma região cujo acesso é restrito e onde são exigidas medidas de segurança especiais para transitar pelo lugar. Entretanto, ativistas do Greenpeace decidiram realizar uma intervenção ao lado da figura do colibri, causando danos que as autoridades peruanas qualificaram como “irreparáveis”.

Por ocasião da vigésima Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP20), que se realiza no Peru, os ativistas do Greenpeace decidiram colocar uma gigantesca mensagem perto das Linhas de Nazca. Fizeram isto colocando letras produzidas com um tecido amarelo grande ao lado da figura que representa um colibri. Para desdobrar a mensagem, um grupo de pessoas ingressou no lugar durante a noite, equipados com maletas e lanternas.

O geólogo Patrício Valderrama explica que os ativistas cometeram um erro grave, porque, devido às condições particulares do solo da região, os rastros não se apagam e ficam no lugar permanentemente. O especialista indica que, para caminhar perto do lugar, devem-se utilizar protetores especiais para que os rastros não fiquem marcados no terreno. Os ativistas do Greenpeace ingressaram na área durante a noite, com pouca iluminação e sem levar os protetores especiais. As fotografias mostram, agora, os danos evidentes.

O arqueólogo Mario Olaechea declarou ao RPP.com que “O pampa é um conglomerado aluviônico de pedra e de camada argilosa, onde, ao pisar, ficam rastros ou se rompe o solo, que fica solto. Não se pode voltar a reconstruir”. O especialista constatou o dano causado e pediu uma “punição exemplar” para os responsáveis.

 

Ato delitivo

A fiscal peruana Velia Begazo disse que, aparentemente, 12 pessoas estariam envolvidas neste ato e teriam incorrido no delito contra o patrimônio cultural do Peru. Begazo manifestou, em um comunicado de imprensa, que foram detectados “danos irreparáveis em uma área de 1.600 metros quadrados”.

O diretor executivo do Greenpeace Internacional afirmou que chegará ao Peru para se desculpar pessoalmente e que a organização está disposta a colaborar nas pesquisas.

As autoridades peruanas rejeitaram as desculpas oferecidas pelo Greenpeace, porque somente admitiram ter causado um dano moral, mas não admitem o dano causado ao patrimônio histórico e cultural do país.

A Associação María Reiche colocou, em sua conta do Facebook, fotos que mostram os danos causados pelo Greenpeace. (https://www.facebook.com/AsociacionMariaReiche/photos/a.352196254900127.1073741825.341434422642977/678386932281056/?type=1&permPage=1 )