Um estudo sugere que existe uma forte ligação entre a gravidade da apneia do sono REM (OSA, pelo seu acrónimo em inglês) e a deterioração da memória verbal nos idosos, o que aumenta o risco de desenvolver a doença de Alzheimer (EA).
A OSA é uma doença caracterizada por colapsos recorrentes das vias respiratórias durante o sono, que conduzem a perturbações do sono e a hipoxémia intermitente. Estudos demonstraram que a OSA aumenta a incidência da doença de Alzheimer e que as pessoas com doença de Alzheimer são mais susceptíveis de sofrer de OSA. Pensa-se que a hipoxemia relacionada com a OSA acelera a expressão da doença de Alzheimer e afecta negativamente a memória.
Também foi demonstrado que a OSA pode ter efeitos diferentes durante as diferentes fases do sono. Durante a fase de movimento rápido dos olhos (REM) do sono, algumas regiões do cérebro são mais susceptíveis à diminuição do fluxo de ar devido à inibição muscular. Isto resulta numa maior duração das interrupções respiratórias e numa menor saturação de oxihemoglobina.
Além disso, os factores de risco da doença de Alzheimer, como a idade avançada, o sexo e o genótipo da apolipoproteína Eε4 (APOE4), também estão associados à OSA. Foram observadas diferenças entre os géneros, sendo as mulheres mais propensas a serem diagnosticadas com EA e a terem uma progressão mais rápida da doença. Embora os homens apresentem um risco mais elevado de OSA, a sua prevalência aumenta significativamente nas mulheres pós-menopáusicas.
Poderá a OSA estar associada à doença de Alzheimer?
Para investigar esta ligação, foi efectuado um estudo que envolveu 81 idosos com elevado risco de desenvolver a doença de Alzheimer. Estes participantes foram submetidos a estudos clínicos de polissonografia para avaliar a presença de OSA durante diferentes fases do sono, especificamente as fases REM e NREM (non-rapid eye movement). Além disso, a memória verbal dos participantes foi avaliada através de um teste.
Os resultados mostraram que a gravidade da OSA durante a fase REM estava negativamente ligada ao desempenho no teste de memória verbal. Ou seja, os participantes que tinham uma maior gravidade da apneia do sono nesta fase específica do sono apresentaram um desempenho inferior na memória verbal. Além disso, verificou-se que quanto maior era o rácio entre a gravidade da apneia do sono na fase REM em comparação com a fase NREM, pior era o desempenho no teste de memória verbal.
Estes resultados sugerem que a qualidade do sono durante a fase REM pode desempenhar um papel crucial nos problemas de memória associados à doença de Alzheimer. É importante salientar que estes resultados foram obtidos em adultos mais velhos com elevado risco de desenvolver a doença de Alzheimer, pelo que é possível que a ligação entre a apneia do sono e o declínio cognitivo seja ainda mais significativa nesta população.
É necessária mais investigação para determinar se o tratamento da OSA pode reduzir o risco de desenvolver a doença de Alzheimer e melhorar a função da memória. Com o aumento do envelhecimento da população, é crucial abordar a prevenção do declínio cognitivo e da EA, e a identificação precoce e a gestão adequada da OSA podem desempenhar um papel importante neste contexto.
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