A felicidade não reduz o risco de morte

Cientistas consideram que se ocupar em ser feliz não reduz o risco de morte.

Propagou-se pelo mundo a ideia de que ser feliz nos permite ser mais saudáveis e reduzir o risco de morte. Mas, uma equipe de cientistas do Reino Unido realizou um estudo no qual demonstra que a infelicidade não tem um efeito direto sobre a morte prematura.

Sir Richard Peto, professor de estatísticas médicas e epidemiologia da Universidade de Oxford, na Inglaterra, coautor do estudo, manifestou que as pesquisas anteriores focadas na felicidade confundiram a causa e o efeito. O pesquisador indicou que a doença produz infelicidade e estresse na pessoa, “a doença é o que causa infelicidade, não é a infelicidade que causa a doença”, ressaltou o pesquisador.

Analisaram-se os expedientes de saúde de 1.3 milhões de mulheres, selecionadas entre 1996 e 2001. Na pesquisa participaram mais de 719 mil mulheres, que responderam a perguntas sobre felicidade. Nesta pesquisa, uma de cada seis mulheres do grupo indicaram que se sentiam infelizes. 31,531 faleceram uma década depois de participar do estudo.

Os pesquisadores indicaram que a taxa de morte das pessoas infelizes foi igual à registrada entre as pessoas felizes. Os resultados foram similares nos casos de mortalidade geral e também nos casos de morte por câncer ou doenças cardíacas.

Peto ressaltou que as pessoas devem focar-se em resolver os problemas que podem afetar diretamente sua saúde, como fumar ou a obesidade, e não deveriam assumir que manterem-se positivas lhes manteria livres de adoecer.

Mas não todos os pesquisadores descartam os efeitos positivos da sensação de felicidade. Philipe de Souto Barreto, pesquisador do Instituto de Envelhecimento do Hospital Universitário de Toulouse, na França, assinala que o estudo realizou-se com uma amostra composta por mulheres, mas são os homens que se beneficiam mais dos efeitos positivos da felicidade. O pesquisador assinalou que alguns estudos encontraram uma associação entre a sensação de felicidade com um risco mais baixo de início de doenças da artéria coronária.

O estudo foi publicado na revista The Lancet, em dezembro de 2015. Barreto escreveu um editorial que acompanha o artigo, indicando que, desde seu ponto de vista, o debate não está concluído e é necessário realizar mais pesquisas no âmbito da felicidade e da saúde.

Os estudantes da área de Saúde e Nutrição da FUNIBER pesquisam sobre os hábitos que as pessoas podem desenvolver para manter um bom estado de saúde e proporcionar recomendações a seus pacientes.
Fonte: http://fnbr.es/2av

Fotografia Creative Commons: Kaptah