Estudo aponta aumento de importância do psicólogo esportivo no futebol

Durante a recente Copa do Mundo, no Brasil, algumas seleções como a alemã e a inglesa levaram um psicólogo junto à equipe, em tempo integral. Já a seleção brasileira que deveria lidar com fatores psicológicos devido à pressão por ter o torneio em casa e ser pentacampeã, não contou com um psicólogo em tempo completo, fato criticado por muitos psicólogos que consideraram o fator emocional como protagonista para a derrota. É comum haver no esporte programas psicológicos para o treinamento de algumas habilidades como controlar o estresse ou a atenção.

Ainda assim, muitos técnicos não estão convencidos da utilidade de programas psicológicos para melhorar os resultados. Um estudo realizado pela Universidade Autônoma de Madri, levantou informações numa escola formadora de técnicos de futebol na cidade espanhola para conhecer a opinião dos futuros treinadores sobre o trabalho profissional do psicólogo do esporte. Um total de 198 participantes, com idades entre 22 e 52 anos, responderam a questionários realizados em duas mostras, a primeira feita em 2003 e a segunda, em 2011.

Os resultados indicam que os técnicos em formação consideram importante ter um psicólogo esportivo para acompanhar os jogadores, principalmente na mostra realizada em 2011. “Modificou de maneira positiva a percepção da necessidade de incluir um psicólogo do esporte dentro do corpo técnico de um time de futebol”, afirma o estudo.

Mas na hora de montar um corpo técnico, a situação econômica interfere e pode impedir a contratação do psicólogo. No questionário apresentado, seis setores profissionais foram apresentados para que os participantes escolhessem de acordo com o grau de importância: preparador físico, fisioterapeuta, assistente técnico, médico, massagista e psicólogo esportivo.

Entre as seis opções, tanto em 2003 como em 2011, o psicólogo do esporte ficou em terceira posição. “Quanto mais importante se percebe o psicólogo esportivo, maior prioridade vai haver na contratação e seleção do corpo técnico”, aponta o estudo.

Os entrevistados também revelaram a importância de profissionais com estudos superiores ou de especialização em Psicologia do Esporte, valorizando àqueles com conhecimentos específicos de futebol. E acreditam que, além do trabalho com o jogador, o psicólogo também deveria assessorar o técnico, à ações pontuais e ao trabalho aplicado ao próprio campo de treinamento.

O estudo coincide com pesquisas anteriores, como por exemplo, um estudo qualitativo realizado em Portugal em 2011. Os técnicos portugueses de futebol profissional também avaliaram como muito importante os aspectos psicológicos no rendimento esportivo.

Os atletas profissionais estão baixo uma enorme pressão. No futebol, mais que em outros esportes, o tabu em buscar ajuda é forte e difícil de quebrar. Mas de acordo com o estudo, a mudança pode estar a caminho.

Fonte: http://revistas.um.es/cpd/article/view/199221/162371

http://www.dw.de/sports-psychologists-make-slow-inroads-into-german-soccer/a-5319624

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2014/06/30/choro-do-brasil-em-campo-extrapola-e-preocupa-dizem-psicologos.htm

Foto: Alguns direitos reservados por John A Beal/Wikimedia Commons.