Em estudo recente, pesquisadores da Universidade de Palermo, na Itália, demonstraram a eficácia da atividade física associada ao ácido linoleico conjugado na formação de esteroides em ratos. Faltaria, entretanto, elucidar quais são os mecanismos moleculares relacionados.
O ácido linoleico conjugado (CLA, sigla em inglês), família composta por oito isômeros do ácido linoleico, é um dos componentes de suplementos que são muitas vezes utilizados para melhorar a resistência física, emagrecer, melhorar o metabolismo e reduzir lesões musculares.
Para identificar o percurso da suplementação do CLA sobre a cultura celular, e os efeitos do suplemento associado ao exercício físico, os pesquisadores utilizaram ratos de laboratório. As 6 semanas do experimento provocaram o aumento da testosterona plasmática livre e da enzima CYP17A1 nos testículos de camundongos. Curiosamente, a suplementação com CLA induziu um aumento nos níveis de testosterona plasmática livre e da enzima CYP17A1 nos animais treinados, enquanto os animais sedentários não apresentaram resultados indicativos de aumento na formação de esteroides.
Os resultados sugerem que a enzima CYP17A1 pode ser uma proteína capaz de desempenhar um papel chave na formação de esteroides, mediada pelo exercício de resistência.
In vitro, o estudo mostrou também que células de Leydig respondem ao tratamento com suplementação de CLA, ao aumentar a síntese natural de testosterona através do aumento de CYP17A1.
Os pesquisadores reconhecem entretanto as necessidades de mais pesquisas com outros modelos animais e até humanos. Porém, acreditam que os resultados dos experimentos podem ser úteis a diferentes áreas de interesse, incluindo a ciência do esporte para aumentar o efeito positivo do treinamento sobre a massa muscular e desempenho, em terapia anti-envelhecimento para reduzir a perda de massa muscular, na indústria alimentar e na medicina reprodutiva humana.