Arquiteto argentino questiona a influência da construção cada vez mais comum de espaços residenciais fechados para a sustentabilidade da cidade
É possível o consenso entre os moradores das cidades e o setor público para o desenvolvimento urbano? O arquiteto e ex-diretor de Planejamento de Córdoba, na Argentina, Juan Eduardo Lo Celso, questiona como o espaço público deve expressar a representação coletiva na vida comunitária.
Num artigo publicado no jornal Clarín, o arquiteto comenta sobre a construção cada vez mais comum de zonas residenciais isoladas da cidade, em vilas e bairros separados, e do enfraquecimento do centro da cidade como protagonista urbano.
Em algumas cidades da Argentina, como Rosario, em uma decisão conjunta com os moradores, foram suspendidas definitivamente todas permissões para construir vilas e bairros fechados. Estes espaços, por concentrar poucos moradores, apresentam, explica Juan Eduardo Lo Celso, baixa densidade de população, zona sem poluição ambiental, auditiva e visual, amplos espaços verdes, excelente acessibilidade para os pedestres, e segurança pública.
“Entre outros aspectos, gera uma convivência harmoniosa entre os estratos sociais e oferece elevados níveis de governabilidade, sustentabilidade e inclusão social”, diz.
Mas questiona: “é compatível a crescente construção de vilas e bairros fechados, e de conjuntos residenciais com o uso público do espaço, a coesão social, a preservação das identidades dos bairros e do patrimônio arquitetônico-ambiental, com a sustentabilidade e com a qualidade de vida cidadã?”
O modelo de convivência desenvolvido nestas zonas residenciais poderia funcionar para as partes da cidade em comum, se organizados em conjunto com o setor público?
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Fonte: http://fnbr.es/41i
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