Fórum Econômico Mundial identifica as melhores práticas de inovação urbana que podem ser referências para outras cidades
O processo de urbanização gera constantes desafios para a gestão das cidades. Neste contexto, diferentes práticas nasceram a partir das capacidades, necessidades e objetivos de cada localidade, gerando soluções próprias e inovadoras, capazes de inspirar novas ações em outras partes do mundo.
Com a intenção de destacar este tipo de experiência, o Fórum Econômico Mundial selecionou 10 práticas diferentes; todas realizadas com a ajuda das novas tecnologias ou metodologias locais e baseadas no aproveitamento de recursos subutilizados, na melhor gestão de serviços, na infraestrutura em pequena escala e na inovação centrada nos cidadãos.
Conheça a seguir as 10 tendências destacadas de inovação urbana:
- Espaço reprogramável (digitalmente)
Frente as desvantagens da expansão urbana, algumas cidades optaram por promover a densidade e utilizar de maneira adequada o espaço disponível. Três cidades foram escolhidas como exemplo: Glasgow, por sua política de densificação; Nova York, pela transformação de locais inutilizados em espaços públicos; e Melbourne, pela conversão de estradas subutilizadas em zonas habitacionais.
- Internet para controlar vazamento de água
Para evitar o desperdício de água em vazamentos, que são responsáveis pela perda de 25% a 30% do total, foram identificadas propostas que melhoram a gestão deste recurso, com a ajuda da internet. A empresa TaKaDu, com sede em Israel, usa a internet para monitorar os canos e assim detectar qualquer vazamento e níveis da água da chuva para prevenir inundações. Outra iniciativa citada foi a da empresa australiana Unitywater que, com um sistema similar, conseguiu reduzir a perda de 1 bilhão de litros em um ano, com a economia de US$1.9 milhões.
- Adotar uma árvore pelas redes sociais
A valorização das áreas verdes será prioritária. Por isso, a iniciativa destacada foi a da Estratégia Florestal Urbana, realizada em Melbourne, que consiste em promover o orgulho dos cidadãos pelas zonas verdes da cidade, formada por mais de 70 mil árvores. Cada árvore está registrada e conta com um e-mail próprio e os moradores da cidade podem adotá-las, dar-lhes nome, ver como crescem e controlar a quantidade de gás carbônico que compensam; compartilhando tudo pelas redes sociais.
- Novo tipo de mobilidade urbana
Para transformar o paradigma da mobilidade centrada em automóveis, a tendência é o aumento da adoção de novos tipos de deslocamento: a pé, em bicicleta ou em transporte público. Para isso, as cidades têm apostado por um modelo de planificação em uma escala mais humana e sustentável. Entre as iniciativas destacadas, estava a proposta do governo do Reino Unido de plantar árvores ao lado de ciclovias e de instalar semáforos que se adaptam à velocidade média dos ciclistas que circulam pela zona. Foi citada também a Roda de Copenhagen, um acessório conectado à internet que aumenta a força da pedalada com uma bateria que acumula energia em descidas ou momentos de freada.
- Co-Co-Co: Co-geração, Co-calefação, Co-refrigeração
Com a intenção de reduzir os efeitos das emissões de CO2, o Fórum identificou práticas que apostam pela trigeração de energia, que consiste em aproveitar o excesso de calor para abastecer os sistemas de calefação ou refrigeração e melhorar assim a eficiência energética de edifícios, na horticultura e na indústria de alimentos em larga escala. Coreia do Sul, Japão e alguns países da Escandinávia e da Europa do Sul já adotam essa prática.
- Cidade compartilhada
Torna-se cada vez mais necessário reduzir os gastos e o uso de recursos nas cidades. Por isso, foram identificadas iniciativas de dividir os deslocamentos em carro, como o Zip Car, ou de alugar um quarto da própria casa por apenas alguns dias, como o Airbnb. Esta mudança reflete uma transformação da economia linear a uma economia circular, baseada no compartilhamento.
- Mobilidade por demanda
Para reduzir a poluição do ar, o Fórum recomenda o uso de maneiras sustentáveis de mobilidade e aconselha com o uso de TI. O fato de que os meios de mobilidade individuais ou os taxis serem usados de acordo com a demanda poderia substituir o transporte público de forma eficaz. Um exemplo citado foi de Hub Cab, da cidade de Nova York.
- Infraestrutura para a integração social
A transformação urbana realizada em Medellín para reduzir a delinquência e melhorar a qualidade de vida de seus habitantes se tornou um exemplo para o mundo inteiro. Por isso, o Fórum destaca a melhoria de deslocamento trazida pelos teleféricos da cidade, ao gerar mudanças físicas, funcionais e de comportamento.
- Rede inteligente
As luzes tradicionais dos semáforos consomem muita energia. Por isso, o Fórum destaca a sua substituição por lâmpadas LED, acompanhadas de tecnologias que permitem oferecer informação sobre a atividade sísmica, a contaminação atmosférica, as condições climáticas e do trânsito, além do fluxo de pedestres. Cita como exemplo Light Sensory Network, uma demonstração realizada durante as visitas guiadas ao Fórum Mundial da Internet das coisas.
- Agricultura urbana: vegetação horizontal
O sistema atual de abastecimento das cidades gera um desperdício muito grande de alimentos. Por isso, o Fórum indica a produção de alimentos em baixa escala nas cidades, a construção de hortas urbanas e de telhados verdes. Entre as iniciativas destacadas estavam: a Freight Farms, que utiliza containers de transporte marítimo para plantar alimentos; a Sky Greens, aproveitam os resíduos das granjas piscícolas para fertilizar as plantas; e o cinturão verde de Londres.
As iniciativas de inovação urbana devem ser um exemplo para a solução de problemas similares em outras localidades. Por isso, os alunos da Área de Projetos em Arquitetura, Desenho e Urbanismo têm a possibilidade de adaptar a cada realidade os conceitos principais de tais práticas a partir dos conhecimentos e habilidades adquiridas ao longo dos cursos da FUNIBER.
Fontes: http://fnbr.es/28a, http://fnbr.es/28b
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