Preocupado com a sua cidade, o engenheiro Martin Nozijkoswki, analisou a problemática e o desenho de um projeto para a gestão do deságue final de efluentes, através do método de sistemas mentais significantes, como projeto final dos estudos de Mestrado em Desenho, Gestão e Direção de Projetos pela FUNIBER, em 2012. O ex-aluno analisou os conflitos acontecidos após o colapso do atual sistema de tratamento lagunar onde são vertidas as águas residuais, e estudou os impactos ambientais preponderantes, antes de desenhar uma proposta para a cidade de Trelew, na Argentina.
O crescimento populacional e urbano da cidade, com o consequente aumento dos efluentes desde os finais dos anos 90, fizeram aumentar as barragens de tratamento. Em 1998, uma chuva torrencial provocou o desborde do sistema de tratamento gerando conflitos sociais entre Trelew e a cidade vizinha, Rawson, na região da Patagônia.
Na cidade, o esgoto domiciliar e as águas pluviais são escoadas para um sistema de lagunas (lagunas III, IV e V) que servem como barragens de estabilização e tratamento biológico, adotadas em 1950. As lagunas acompanharam o crescimento da cidade, ampliando-se com os níveis de água vertidos, sem o controle devido.
Entre os problemas atuais do meio, Nozijkoswki cita “modificação das pendentes, mudança do escorrimento superficial e subterrâneo dos solos e incrementarão do aporte natural de água ao sistema”. Em épocas de muitas chuvas, ocorrem inundações que podem representar riscos para a saúde pública e para o meio ambiente. A situação gera preocupação local com o manejo das águas, a deficiência do sistema de tratamento e as possibilidades de inundações.
Gestão e reutilização
Com a orientação do professor Antonio Lopez Fuenzalida, Nozijkoswki desenvolveu uma proposta para satisfazer as necessidades dos involucrados, que consiste de uma planta de tratamento de efluentes do esgoto e a readequação do sistema de lagunas atual da cidade. O projeto também contempla a possibilidade da reutilização da água para a produção agrícola e industrial.
A proposta desenvolvida tem vida útil prevista para 30 anos e minimizaria os riscos de inundação, melhorando as condições naturais e diminuindo os impactos ambientais.
Entretanto, de acordo com o estudo, os custos de investimento são altos para um projeto de obra privada. Como avalia o ex-aluno, “o governo deveria obter os fundos necessários para os investimentos iniciais e depois os usuários pagariam uma taxa destinada a resolver os custos de funcionamento do sistema de tratamento”, aponta.
Com o projeto, segundo Nozijkoswki, o governo promoveria um benefício social, fomentando a sustentabilidade do ambiente e se comprometendo com as preocupações da população local.
Para saber mais, em espanhol: http://fnbr.es/15c
Foto: Alguns direitos reservados Gastón Cuello, via Wikimedia Commons