A era dos automóveis pode acabar. Umas das grandes mudanças que os centros urbanos vêm sofrendo é a ampliação do espaço para os pedestres. Isso porque são evidentes os malefícios que a cultura automobilística na cidade provocou: a contaminação do ar, os acidentes de trânsito e os longos congestionamentos.
Cidades como Londres, Santiago do Chile e São Paulo sofrem com os longos congestionamentos, e os moradores passam horas dentro dos veículos. Em Los Angeles, nos Estados Unidos, os motoristas passam em média 90 horas do ano parados no trânsito e 106 dias de uma vida buscando lugares para estacionar.
Ainda assim, a venda de carros pelo mundo bate recordes, em cinco anos se prevê que haverá 2 bilhões de automóveis. Como alívio, há mais ciclovias que nunca.
Um novo documentário titulado em inglês “Bikes vs. Cars”, inaugurado no dia 15 de março, no canal SXSW, mostra o uso da bicicleta em diferentes cidades do mundo como São Paulo e Copenhague. Em São Paulo, os ciclistas lutam para poder circular entre os carros, já em Copenhague, um taxista espera impacientemente pela longa fila de ciclistas que atravessam a rua. Um antagonismo interessante.
Novas perspectivas
A revista eletrônica Fast Company levantou uma seleção de 7 cidades que já começaram a mudar este cenário, diminuindo os espaços para os carros e ampliando as vias de pedestres e ciclovias.
1. Madri
Por enquanto, a cidade proíbe a circulação de carros em algumas ruas do centro. Mas de acordo com um projeto previsto para os próximos cinco anos, a proposta é deixar todo o centro de Madri fechado para os carros. Outra medida prevista é o aumento do valor de estacionamento, para incentivar que o morador deixe o carro em casa.
2. Paris
Com os altos índices de poluição revelados no ano passado, a cidade decidiu restringir os carros por alguns dias e oferecer transporte público gratuito durante a temporada. Os resultados foram positivos e a contaminação reduziu-se a um 30% em alguns bairros. O governo tem previsto iniciar algumas medidas: inicialmente, só os moradores locais podem circular pelo centro da cidade de carro nos fins de semana.
Outra medida prevista é duplicar o número de ciclovias até o ano 2020 e permitir nas zonas de muito trânsito, a circulação de carros com baixas emissões como por exemplo, os carros elétricos.
3. Chengdu
Especialmente desenhada para os pedestres, a nova cidade satélite chinesa permite a mobilidade urbana em apenas 15 minutos. O plano foi desenhado pelos arquitetos Adrian Smith e Gordon Gill, planejando uma cidade com 80 mil pessoas.
4. Hamburgo
A cidade alemã está construindo uma rede verde que estará terminada, segundo as previsões, e, 15 anos. A rede vai cobrir 40% da cidade e ainda conectar todos os parques para permitir a circulação com bicicletas ou para pedestres.
5. Helsinki
A capital finlandesa está preparando um novo desenho que deverá transformar os subúrbios em comunidades para pedestres e estarão vinculados ao centro da cidade. Desenvolveram também uma aplicação para permitir aos cidadãos encontrar de maneira fácil uma bicicleta ou outro meio de transporte público próximos.
6. Milão
Milão está oferecendo bônus gratuitos de transporte público para os motoristas que deixem os carros em casa. A partir de um seguimento do carro, o governo poderá saber se foi ou não utilizado o veículo. Se o carro ficou em casa, o motorista receberá em casa um vale de transporte.
7. Copenhague
A cidade conseguiu que a metade da população usasse a bicicleta para ir trabalhar todos os dias. As mudanças começaram na década de 60, com a extensão de zonas livres de carro pelo centro. Foram construídos quilômetros de ciclovias e hoje, a cidade tem uma das taxas mais baixas de aquisição de automóveis em toda Europa.
Fontes: http://fnbr.es/11e, http://fnbr.es/11f
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