Faltam métodos para detectar a EPOrHU em controle de dopagem

Os novos desenvolvimentos farmacológicos e tratamentos clínicos podem levar ao uso incorreto para potencializar o rendimento esportivo. Um exemplo é a eritropoetina recombinante humana (EPOrHu), que pouco depois de estar disponível para o tratamento da anemia, passou a ser usada principalmente por esportistas de resistência por gerar maior aporte de oxigênio ao tecido muscular. Por isso, o Comitê Internacional dos Jogos Olímpicos (COI) a proibiu a partir de 1990, considerando o seu uso como doping.

Desde então, vários estudos vêm buscando métodos fiáveis para descobrir a presença da EPOrHU na urina ou no sangue dos atletas. O pesquisador Raynald Gareau, junto com outros pesquisadores, demonstrou que uma alta concentração de Receptor Solúvel de Transferrina (RST), ou de RST em relação à ferritina, poderia ser indicativo no controle de dopagem.

Para ampliar o conhecimento sobre o tema, um grupo de pesquisadores noruegueses realizaram um estudo com 20 atletas administrando EPOrHu na metado do grupo, em contraste à outra metade que tomou apenas placebo, três vezes por semana durante 4 semanas.

Os pesquisadores realizaram, a partir das análises sanguíneas coletadas nos dois grupos, a medição de hematócrito, hemoglobina, RST, ferritina e eritopoetina (EPO), junto à análise do rendimento físico através do consumo de oxigênio máximo (VO2max) durante um prática com bicicleta ergométrica.

O estudo revelou que no grupo que consumiu a EPOrHu, houve aumento de hematócritos, aumento de RST e um aumento variável de RST em relação à ferratina. Os valores se demonstraram maiores depois de uma semana da administração da eritroproetina.

Os pesquisadores concluíram que os níveis séricos de RST podem ser utilizados como indicativos de dopagem até uma semana depois do uso da EPOrHu, mas que os seus efeitos sobre o rendimento físico têm uma duração mais prolongada.

O consumo de oxigênio máximo aumentou significativamente durante as três semanas, o que indica que o método é insuficiente. Mais pesquisas serão necesárias para poder detectar a substância nos controles de dopagem. Um campo interessante para estudantes da FUNIBER.

Fonte: http://fnbr.es/15u

Foto: Domínio Público/Pixabay