Scott Anthony autor de diversos livros sobre inovação empresarial identifica, em um artigo para a rede de blogs da revista Hardvard Business Review, as três tendências que afetam neste momento a inovação na Ásia. Os mercados asiáticos têm enormes dimensões e as tendências geradas nessa região criam a plataforma para o desenvolvimento de novos negócios. De acordo com Anthony, as três novas tendências são: o crescimento da classe média, a necessidade de localização de produtos e concentrar os esforços das empresas no desenvolvimento de um modelo de negócios de sucesso para esse mercado. A seguir, essas três tendências são apresentadas mais detalhadamente.
Anthony considera que o mercado asiático experimentará um rápido crescimento da classe média e as empresas deverão estar preparadas para atender este novo segmento de mercado. De acordo com um estudo publicado pela Organização para a Cooperação Econômica e o Desenvolvimento (OECD de suas siglas em inglês), as projeções de crescimento da classe média asiática indicam que o gasto nesse segmento passará de 4,9 trilhões em 2009 para 30 trilhões em 2020.
1O pesquisador indica que algumas empresas estão desenvolvendo produtos específicos para um segmento com necessidades especiais. Em 2009, Godrej & Boyce lançou um refrigerador de 70 dólares voltado a atender a demanda de 85% de indianos que não estavam contentes com os modelos existentes, porque eram muito pesados, caros e consumiam muita energia.
A necessidade de adaptar ao mercado local Scott reconhece que as multinacionais querem levar seus produtos a mercados em crescimento como o asiático, mas em alguns casos é necessário adaptar o produto às preferências locais. Por exemplo, a multinacional Kraft, na tentativa de introduzir o biscoito Oreo no mercado Chinês, encarregou uma equipe de Pesquisa e Desenvolvimento nesse mercado para modificar a forma e o sabor do biscoito para conseguir que fosse aceito nesse mercado. Este tipo de inovação é chamada pelo professor Vijay Govindarajan de inovação reversa.
No entanto, o modelo de inovação inversa não é aplicável apenas às grandes transnacionais, na Ásia os negócios locais como Tata Group estão aplicando esta metodologia para mudar a forma de consumo de muitos produtos.
Criar um modelo de negócios de sucesso
Em mercados com pouco interesse em gastar, é necessário focar fatores que vão além da criação de um produto para garantir o sucesso da empresa. Anthony usa como exemplo a GE, empresa que introduziu uma máquina de eletrocardiogramas de baixo custo, mas para comercializar teve que desenhar mecanismos inovadores para financiar e distribuir o aparelho.
No mundo digital dos negócios, Scott menciona a Tencent, uma das maiores empresas da China provedoras de Internet, que conseguiu lucrar 1 bilhão de dólares graças aos serviços prestados em seu chat gratuito QQ. Tencent oferece aos seus usuários acessórios para seus avatares (ou personagens virtuais).
A região tem, segundo Anthony, muito potencial, por isso recomenda aos executivos de negócios agendar uma visita em 2012 à cidades como Mumbai, Manila, Bangkok, Singapore, Hong Kong ou Shangai.
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